Quando se fazia necessária a participação de uma banda musical para uma festa cívica ou religiosa, durante esses 27 anos, arrebanhavam-se os músicos remanescentes e organizava-se um conjunto apenas para a ocasião, para ser logo após dissolvido.
Em 1963, contando com o apoio do então Prefeito Municipal Dr. Everaldo de Sousa Martins, os irmãos Wilson e Wilde Fonseca, coadjuvados pelos sargentos do Tiro de Guerra 190, João de Deus Damasceno e Raimundo Bittencourt, fundaram a banda de música “Professor José Agostinho”, que realizava seus ensaios semanais na sede do Tiro de Guerra 190.
Logo filiou-se à banda excelente musicista Sebastião Nogueira Sirotheau, a quem se credita o mérito de manter a banda em plena atividade até os dias atuais (1994), graças ao seu idealismo e dedicação.
Fundada a 4 de setembro de 1963, não foi entretanto regulamentada por Lei ou Decreto, e assim ficou durante doze anos, sem que seus músicos recebessem quaisquer benefícios do Poder Público.
Em 1978 o Decreto Municipal nº 0296/78 oficializou a banda com a menção de recursos financeiros para sua manutenção, o que jamais saiu do papel. Em 1986 a Lei nº 11.991 de 25.09.86 novamente a oficializou, determinando uma gratificação mensal de um salário mínimo vigente a cada músico, Lei que mais uma vez não foi cumprida. Foi somente a partir de janeiro de 1990 que o então Prefeito determinou o cumprimento das Leis e Decretos anteriores, isto depois de já passados vinte e sete anos sem qualquer tipo de ajuda financeira.
A 12 de agosto de 1992 a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Ronan Liberal sancionou a Lei nº 14.256, dando nova conotação à Banda, transformando-a em FILARMÔNICA MUNICIPAL PROF. JOSÉ AGOSTINHO.
FUNARTE (Rio de Janeiro), Fundação Carlos Gomes (Belém) e Banco do Brasil têm prestado valiosa ajuda à Filarmônica, quanto ao fornecimento de instrumentos musicais.
O Maestro Wilson Fonseca escreve e orquestra todo o repertório da Filarmônica, isto desde os seus primeiros dias, o Professor Wilde Fonseca é o Regente e preparador dos ensaios semanais e apresentações, mas cabe a Sebastião Nogueira Sirotheau o mérito de mantê-la viva e atuante. Quem o vê, executando com perícia o seu instrumento musical e não o conhece, nem de longe pode imaginar estar ali o Tabelião do Cartório do 1º Ofício.
É bonito de ver-se irmanados no mesmo ideal, músicos que vão dos 13 aos 80 anos de idade, desde o Tabelião, o Professor e o Estudante, ao carpinteiro e o feirante. Ali não há conflito de gerações e nem diferenças de “status” sociais. São ao todo, no momento em que se escreve este capítulo (1995), trinta e seis os músicos da Filarmônica.
Lembramos, nos tempos iniciais, a participação na Banda, de José Wilson, Vicente (hoje Magistrados na Capital) e José Agostinho (Tinho) todos eles filhos do Maestro Wilson Fonseca, Dinaor Pedroso, e os já falecidos Manoel Almeida (Dudu), Perílio Cardoso da Silva, Carlos Castro, Firmino Paixão (Mimi), Elias Sardinha, Emanoel Almeida (Manduca), Rafael Santana, Geraldo Peloso, Adalgiso Paixão e Paulo Bentes Costa (Bolero), todos eles músicos competentes que serviram com amor e dedicação, por longos anos, a então Banda Professor José Agostinho.
Vale a pena registrar os nomes daqueles que ainda participam da Filarmônica, alguns deles desde a sua fundação em 1963: José Marinho Batista, Sinézio Vasconcelos de Almeida, Euclides Ferreira Ramos (Quidó), Anselmo Oliveira Mota, José Luiz Barbosa Cunha, Jorge Manoel Barbosa Cunha, José Alves de Sousa (Mariano), Manoel Evangelista dos Santos, Manoel Viana Lima (Totó), Casimiro Nunes de Sousa, Raimundo Sousa Campos, Raimundo Soares Silva, Sebastião Miranda Piza e os novos Maria Madalena Santos da Silva, José Wilde, José Agostinho, João Paulo (esposa e filhos do Regente da Filarmônica, Wilde Fonseca), Marcos Gomes Salgado, Reginaldo de Oliveira Salgado, Reginaldo Salgado Filho, Maria Isis Gomes Salgado, Raimundo Sávio Sousa Mota, Cléber Gama Lobato, Amílcar Pimenta Gomes, José Herondino Mota Batista, Adson Wender, Silvério Aguiar, Jander Pereira, José Elailson Costa Silva, Jedel Oliveira Salgado, a quase totalidade destes, produtos da Escola de Música mantida pela filarmônica, e a figura ímpar de Sebastião Nogueira Sirotheau (Bazinho), um dos sustentáculos da filarmônica desde os seus primeiros dias.
Hoje (1995), a Filarmônica Professor José Agostinho já não é mais composta de valorosos músicos “de mãos ásperas e unhas calcinadas, de sandálias nos pés e garranchos na ponta do lápis”. Ao lado do operário há o universitário (4 no momento deste registro), seis estudantes de segundo grau, além de outros, portadores de certificados de cursos profissionalizantes do mesmo nível, todos eles tendo passado por curso de teoria musical e prática instrumental em escola de regular funcionamento.
Agora, transcrevo trechos de comentários que escrevi, em outra ocasião, a título de homenagem ao Bazinho (Sebastião Sirotheau), falecido em 10 de julho de 2011:
Wilson Fonseca – Maestro Isoca (1912-2002) compôs diversas músicas de homenagem, tradição que vem de meu avô José Agostinho da Fonseca (1886-1945) e que eu procuro seguir na trilha musical da família Fonseca.
Para cada caso, Wilson Fonseca procura aplicar, na música, as características do homenageado, alguma coisa que lembre a situação, a entidade ou a pessoa contemplada com a homenagem.
Assim, Isoca escreveu obras em homenagem a Santarém, à Amazônia, ao Rio Tapajós, a Alter do Chão, a clubes de futebol e outras entidades e pessoas. Escreveu muitas composições em homenagem à minha mãe (Rosilda), a todos os seus filhos (para mim, ele compôs a “Missa a São Vicente”, com texto latino; e o Dobrado nº 46 – “Vicente Fonseca”, o último, no gênero), a seus pais, irmãos, sobrinhos, afilhados, amigos etc.
Para os integrantes da Filarmônica Municipal “Prof. José Agostinho”, Wilson Fonseca compôs dobrados intitulados, por exemplo, de Dudu Almeida (trombone), Perílio Cardoso (tuba), Mimi Paixão (saxofone-alto), Manduca Almeida – conhecido vulgarmente como “Cão Pelado” (saxofone-alto), Faiéco (bombo), Sebastião Sirotheau, o Bazinho do Cartório (saxofone-tenor e tuba), Euclides Ramos – Quidó (trompete), Adalgiso Paixão (bombardino) etc.
Sebastião Sirotheau, além de cartorário (titular do Cartório de Imóveis, 1º Ofício, de Santarém-PA), era músico. Tocava diversos instrumentos, inclusive piano, saxofone-tenor e tuba.
Foi integrante, desde a sua fundação (1963), da Filarmônica Municipal “Prof. José Agostinho”, da qual eu também participei, na juventude, em Santarém, tocando sax-horn e, depois, barítono (bombardino), enquanto ele tocava sax-tenor.
Bazinho era músico de excepcional qualidade. Fazia leitura da partitura musical com bastante facilidade e competência. Era muito respeitado em todas as atividades que exerceu. Calmo, ponderado, metódico, responsável e organizado, dedicou-se à Filarmônica Municipal “Prof. José Agostinho” com denodo e entusiasmo.
Com o falecimento de Perílio Cardoso em 1970, a Filarmônica ficou desfalcada de seu excelente tubista. Bazinho, então, deixou o saxofone-tenor e passou a tocar tuba, durante alguns anos. Depois, retornou ao sax.
Lembro-me de que, já magistrado trabalhista e ele, cartorário, tocávamos ao lado de pessoas muito simples, operários, tratorista, alfaiate, pedreiro etc. Mas ali não estávamos investidos em cargos públicos de elevada hierarquia e, sim, como integrantes de uma banda de música, cada qual com o seu instrumento musical, no mesmo nível, sob a batuta do maestro (meu pai Wilson Fonseca ou meu tio e padrinho Wilde Fonseca – Maestro Dororó). Portanto, a banda de música, além de funcionar como autêntico “conservatório popular”, à falta de escolas que proporcionassem formação acadêmica, permitia um tratamento democrático, sem distinção de raça, credo ou profissão, pois todos ali são simplesmente músicos, quase todos amadores e idealistas.
Sebastião Sirotheau era um dos líderes da Filarmônica Municipal “Prof. José Agostinho” e funcionava como arquivista de partituras musicais, quase todas escritas por Wilson Fonseca. Ele também fornecia transporte a muitos músicos que moravam em locais distantes, seja para a realização de ensaios, seja nos dias de apresentação da Banda. Fazia isso espontânea e gratuitamente, por amor à música.
Vejam que coincidência. Na semana passada [1º.07.2011], eu compus a música “Dobrado” (Orquestra de Sopros e Percussão), que enviei, por e-mail, ao Maestro João Paulo Fonseca, meu primo, dirigente da Filarmônica Municipal “Prof. José Agostinho”, filho do saudoso tio Dororó (Wilde Fonseca), e ao meu irmão Maestro Agostinho Neto (Tinho), dirigente da Orquestra Jovem “Wilson Fonseca”.
Confira o mp3 do “Dobrado” (execução simulada por computador) no Myspace:
http://www.myspace.com/vicente.fonseca/music/songs/dobrado-40-orquestra-41-vicente-fonseca-82933231
E a nota que postei no Facebook:
http://www.facebook.com/home.php#!/notes/vicente-malheiros-da-fonseca/dobrado-orquestra-de-sopros-e-percuss%C3%A3o-vicente-fonseca/10150228956366046
Em 1963, quando foi fundada a atual Filarmônica Municipal Prof. José Agostinho (homenagem a meu avô paterno), eu não estava em Santarém, pois morava em São Paulo, onde estudei no Conservatório Musical “José Maurício”, aluno das Professoras Rachel e Gioconda Peluso (santarenas). Passei a integrar a Banda em 1964. Rachel foi pianista da orquestra “Tapajós” e a ela José Agostinho da Fonseca dedicou a valsa “Rachelina” (1922) – por sinal, muito executada pela Filarmônica –, que recebeu magnífica letra do poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro, em 1996 (quase 75 anos após). A valsa foi interpretada, ao piano, pela própria Rachel Peluso (89 anos), no CD “Quis fazer-te uma canção”, lançado em 1997.
JOSÉ AGOSTINHO DA FONSECA, nasceu em Manaus (Amazonas), em 14 de novembro de 1886; e faleceu em Santarém (Pará), em 11 de novembro de 1945. Era conhecido como o “músico-poeta”. Foi compositor, maestro e professor.
Com poucos meses, mudou-se para Belém e, em 1906, para Santarém, onde viveu e constituiu família. Profissionalmente, era alfaiate.
Ele foi o pioneiro daquilo que se convencionou chamar de “música santarena”, herança que transmitiu aos filhos, netos e bisnetos.
Estudou no “Instituto de Educandos Artífices” (depois, “Instituto Lauro Sodré”, no prédio onde hoje está sediado o Tribunal de Justiça do Estado do Pará), na capital paraense. Tocava clarinete, saxofone, piano e contrabaixo.
Estudou com o Maestro Paulino Chaves (que estudou música na Alemanha), inclusive instrumentos de cordas. Criou e dirigiu orquestras em Santarém.
Conheceu pessoalmente Carlos Gomes, falecido em Belém, e tocou clarineta, ainda jovem, nas exéquias do grande maestro brasileiro.
Obteve 3º lugar em concurso nacional de música, promovido pela revista carioca “O Malho”, com o maxixe “Jeca Tatu”, publicado na edição de 31.01.1920 (nº 907).
Compôs a bela valsa “Rachelina” (1922), dedicada a Rachel Peluso (letra de João de Jesus Paes Loureiro, 1996).
A sua biografia está muito bem retratada no livro escrito por seu filho Wilmar Dias da Fonseca, sob o título “José Agostinho da Fonseca: O Músico-Poeta”, Imprensa Oficial do Estado do Pará, 1978, Belém/Santarém-PA.
O remanescente de sua Obra Musical foi publicado em 1981 (valsas, schottischs, quadrilhas, tangos, dobrados, maxixes, sambas, canções, hinos, marchas, sacras e peças para teatro).
Observe-se esta abalizada opinião sobre José Agostinho da Fonseca, na imprensa da capital paraense:
“… se houvesse vivido nas capitais, seria um nome nacional”, disse Paulo Eleutério, Sênior (Jornal “A Província do Pará”, edição de 05.11.1948, apud Wilmar Fonseca, no livro “José Agostinho da Fonseca – O Músico Poeta”, Imprensa Oficial do Estado do Pará, 1978, p. 42 e 53).
A respeito de sua obra manifestou-se a autoridade de compositor Guerra Peixe:
“… observa-se que sua linha melódica, mesmo quando limitada ao estilo que era habitual ouvir e escrever, assinala bastante inquietação, como quem tentasse voar mais alto, porém sem perder de vista os fins a que se propunha. Sua linha melódica registra saltos constantes, flutuações que só modernamente vem sendo experimentadas. E isso a gente pode concluir da leitura que, momentaneamente, parece abalar os padrões já aceitos. Foi muito criativo neste sentido” (Wilde Dias Fonseca, em “Santarém: Momentos Históricos”, 4ª edição, Santarém: Gráfica e Editora Tiagão, 1996, p. 153).
Na Amazônia, havia, na primeira metade do século XX, três teatros célebres: o Theatro da Paz, em Belém; o Theatro Amazonas, em Manaus; e o Theatro Victória, em Santarém, no interior do Pará, onde foram encenadas peças compostas por José Agostinho da Fonseca e Wilson Fonseca, inclusive sob a direção e participação de artistas e músicos residentes naquela cidade.
A primeira composição feita por José Agostinho foi “Idílio do Infinito”, um schottisch, elaborado em 1906, que inaugura o álbum do que foi resgatado de sua produção musical. Ali consta simplesmente a melodia dessa música.
Em 1941, seu filho Wilson Fonseca fez um arranjo para Banda, acrescentando-lhe uma nova introdução. Naquele momento, nascia o Dobrado nº 8, com o subtítulo de “14 de Novembro”, data de aniversário natalício do “músico-poeta”.
Quando se comemorou o centenário de José Agostinho (1986), Wilson elaborou um arranjo para piano, para aquele lindo schottisch.
Este arranjo foi descoberto por Vicente Fonseca, neto de José Agostinho, em 2004, em visita ao Museu da Universidade Federal do Pará, onde existe um rico acervo do musicólogo paraense Vicente Salles, a quem Wilson Fonseca enviou aquela peça, com a seguinte dedicatória: “Meu caro Vicente Salles: Após 80 anos, a pioneira das canções santarenas tornou-se atual, com a harmonização para Piano que acabo de dar e letra aplicada por Emir Bemerguy, aproveitando a estorinha que Wilmar conta em seu ‘Músico Poeta’. Abraços do Wilson Fonseca. Santarém (PA), 30/11/1986”.
Na verdade, a melodia de “Idílio do Infinito” representa o primeiro registro documentado de uma música escrita em Santarém.
A peça foi composta e tocada por José Agostinho numa bela noite de luar, na Pérola do Tapajós, em 1906, quando ele conheceu uma jovem, que depois se tornou sua esposa. Por isso, a música tem um significado não só histórico como afetivo.
A musa inspiradora do compositor era Anna (Esteves) Dias da Fonseca (1886-1971), mãe de Wilson Fonseca (Maestro Isoca) e seus irmãos Maria Annita, Wilmar, Maria Adahyl e Wilde (Maestro Dororó), todos dedicados à Arte de Euterpe, alem de Edmundo, falecido com poucos meses de idade.
No ano de 2006 comemorou-se o centenário da chegada de José Agostinho da Fonseca, em Santarém, quando ele também escreveu a sua primeira composição musical.
Em homenagem ao evento, elaborei, na condição de neto do compositor, diversos arranjos musicais para o schottisch “Idílio do Infinito”, tais como: Violão solo; Trio de Cordas; Duo para Clarinete e Piano; Quinteto de Sopros e Piano; Quinteto de Cordas e Sopros, com Piano; Deceto ou Orquestra e Piano; e Orquestra Sinfônica e Piano [Orquestra Sinfônica: Flauta, Oboé, Clarinete, Fagote, Trompa, 2 Trompetes, Trombone, Eufônio, Tuba, Glokenspiel, Tímpanos, Bombo, Caixa e Pratos, 2 Violinos, Viola, Violoncelo e Contrabaixo].
“Idílio do Infinito” é música que ouvi meu pai tocar, ao piano, desde que me entendo como gente. É uma peça de que gosto muito de executar ao piano. Não exatamente aquele arranjo de 1986, mas outras versões por nós próprios criadas.
São notórios os laços familiares entre os compositores de três gerações da família Fonseca, de Santarém (PA).
A influência de José Agostinho da Fonseca nas composições do filho Wilson Fonseca e do neto Vicente Fonseca está evidente nos arranjos que eles escreveram a partir do original do schottisch “Idílio do Infinito”.
Coincidência, ou não, na 3ª parte da peça escrita para o Trio de Cordas, Vicente Fonseca introduziu alguns contracantos da melodia de seu Dobrado “14 de Julho”, a revelar uma sutil identidade entre os estilos musicais.
É dizer: cabem na mesma forma a composição de José Agostinho e os dobrados do filho e do neto.
A circunstância, verificada inclusive na mudança de ré menor para o ré maior, seria proposital ou espontânea?
De qualquer sorte, é prova de que os mistérios da herança genética também se manifestam na arte da música.
O arranjo orquestral, composto pelo neto, foi executado, em primeira audição, pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, no dia 17 de novembro de 2006, sob a regência do Maestro Mateus Araújo, na Casa da Cultura de Santarém (PA), durante a solenidade de lançamento do livro-coletânea “Meu Baú Mocorongo” (6 volumes), de autoria de Wilson Fonseca (cujo aniversário natalício ocorria naquela ocasião), sob os auspícios do Governo do Estado do Pará, quando também ocorreu a inauguração do busto de Wilson no Aeroporto de Santarém – “Maestro Wilson Fonseca”, assim denominado por força da Lei Federal nº 11.338/2006.
O schottisch também foi executado pelo conjunto “Meninas do Choro”, de Porto Feliz (SP), em homenagem surpresa ao neto do compositor, Miguel Augusto Fonseca de Campos, então Diretor-Geral do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília (DF), em dezembro de 2006. Miguel é pai de Tânia (viola) e Andréa (violino), integrantes do Trio D’Amore. Tânia e Andréa, portanto, são bisnetas de José Agostinho da Fonseca.
“Idílio do Infinito” é música tocada por todos os músicos da família Fonseca, de Santarém.
Há alguns registros fonográficos da música. Um deles é o que consta no CD “Encontro com Maestro Isoca”. Trata-se de gravação ao vivo do último recital, em homenagem a Wilson Fonseca (Maestro Isoca), realizado no Art Doce Hall, em Belém, em 08 de janeiro de 2002, idealizado pela Profª. Glória Caputo e organizado por Vicente Fonseca, com participação do homenageado e familiares (inclusive Tânia e Andréa Campos), dois meses antes de seu falecimento.
O CD foi lançado na 2ª Bienal Internacional de Música de Belém, em 22.09.2002, pela Prefeitura Municipal de Belém (Administração: Edmilson Rodrigues), no Palco da Aldeia Cabana de Cultura Amazônica “David Miguel”.
O evento registra a reunião de 4 gerações da família Fonseca, compositores e intérpretes.
A gravação inicia com a brilhante participação do jovem José Agostinho da Fonseca Júnior, o Tinhinho (bisneto de José Agostinho da Fonseca, neto de Wilson Fonseca e filho de José Agostinho da Fonseca Neto, Maestro Tinho), que executou o lindo schottisch “Idílio do Infinito”, tocando, sucessivamente, oboé, saxofone-alto e piano a 4 mãos, juntamente comigo, seu tio, ao piano, na presença de Wilson Fonseca (Maestro Isoca).
Um momento de muita emoção.
Ao final da apresentação, ao ser cumprimentado por nós dois (Tinhinho – neto; e eu, filho), sob os aplausos da platéia, meu pai (Wilson Fonseca) ficou muito emocionado e chegou a chorar, certamente lembrando de como nasceu o encontro de José Agostinho e Anna, meus queridos avós, naquele memorável dezembro de 1906, em Santarém, sob inspiração do “Idílio do Infinito”, tão bem definido nos versos do poeta santareno Emir Bemerguy.
Parabéns à Filarmônica Municipal Prof. José Agostinho, ao talentoso maestro João Paulo Santos Fonseca, meu primo, que a dirige atualmente, de modo tão competente, na tradição da família, e a todos os seus integrantes, pelo transcurso de quase meio século de sua fundação. Bravíssimo!!!
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