Confira, abaixo, alguns trechos da fala de Lula durante a coletiva, ontem (20).
Acusações e combate à corrupção
“Existe uma tese de que há uma quadrilha que foi montada [nos governos petistas] para roubar a Petrobras. É uma tese. Mas é engraçado que todos os funcionários envolvidos, são funcionários de carreira com mais de 30 anos de casa. Quando eles foram nomeados, não houve denúncia de nenhum trabalhador. Não houve denúncia de nenhum diretor.
“Existe uma tese de que há uma quadrilha que foi montada [nos governos petistas] para roubar a Petrobras. É uma tese. Mas é engraçado que todos os funcionários envolvidos, são funcionários de carreira com mais de 30 anos de casa. Quando eles foram nomeados, não houve denúncia de nenhum trabalhador. Não houve denúncia de nenhum diretor.
Algum dia o Brasil vai reconhecer que esse processo de combate à
corrupção só existe porque criamos as condições para isso. A Dilma será
reconhecida e enaltecida neste país pelo que ela criou de condições para
permitir que neste país todos saibam que tem de andar na linha, e se
não andar na linha será punido, do mais humilde ao brasileiro de mais
alto escalão.
Não tem neste país uma viva alma mais honesta do que eu, nem
delegado, nem promotor do Ministério Público, nem empresário, nem na
Igreja. Pode ter igual, isso sim. Aprendi com uma senhora analfabeta,
que me disse: ‘meu filho, se você for honesto, poderá andar de cabeça
erguida’.
Impera a tese de que não importa o que vão dizer os juízes, porque
mesmo que a justiça absolva, o sujeito já está condenado pela imprensa.
Quem é culpado tem de ser preso, mas, para isso, precisa ser julgado.
Está na hora da sociedade brasileira acordar e exigir mais democracia,
mais respeito pelos direitos humanos e mais fortalecimento das
instituições.”
A perseguição ao PT e a Dilma
“Buscamos o objetivo de não permitir que ninguém neste país destrua o projeto de inclusão social que começamos a fazer a partir de janeiro de 2003. O que incomoda é isso. Pode dizer que não, mas desde o tempo do Império Romano a elite não gostava quem se aproximava do povo. Mas ninguém vai destruir este projeto. O povo aprendeu a conquistar coisas, aprendeu que pobre pode fazer universidade, que pode comer carne, que pode viajar de avião, e que pobre não nasceu pobre, ficou pobre por conta do sistema econômico deste país. Isso está em jogo, e os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito que tenta aplicar falando em impeachment da Dilma.
“Buscamos o objetivo de não permitir que ninguém neste país destrua o projeto de inclusão social que começamos a fazer a partir de janeiro de 2003. O que incomoda é isso. Pode dizer que não, mas desde o tempo do Império Romano a elite não gostava quem se aproximava do povo. Mas ninguém vai destruir este projeto. O povo aprendeu a conquistar coisas, aprendeu que pobre pode fazer universidade, que pode comer carne, que pode viajar de avião, e que pobre não nasceu pobre, ficou pobre por conta do sistema econômico deste país. Isso está em jogo, e os democratas não podem se conformar com essa tentativa de golpe explícito que tenta aplicar falando em impeachment da Dilma.
A democracia é séria, não se brinca com a democracia. Eles tentam
destruir a democracia negando a política. Por isso eu vou fazer mais
política, vou participar ativamente do processo eleitoral. Tem gente que
acha que o PT acabou, e vocês vão ver. Eu acho que o Haddad vai ser
reeleito em São Paulo, só pra falar a maior cidade.”
Processos contra caluniadores
“Eu comecei a processar, diferente do que eu fazia antes, porque diziam que não adiantava nada. Aí fui a uma audiência, onde processamos jornalistas do Globo… e comecei a processar porque o dono do jornal se livra botando a culpa no jornalista, então comecei a processar para ver se retomamos a dignidade profissional da categoria.
“Eu comecei a processar, diferente do que eu fazia antes, porque diziam que não adiantava nada. Aí fui a uma audiência, onde processamos jornalistas do Globo… e comecei a processar porque o dono do jornal se livra botando a culpa no jornalista, então comecei a processar para ver se retomamos a dignidade profissional da categoria.
Nesse processo que fui, no Rio de Janeiro, quando o juiz fazia uma
pergunta, o cara falava: “tem a fonte, não posso falar”. E eu pergunto:
venho aqui, fico nu diante da Justiça, e vem um cidadão que diz: “olha,
não posso falar, é segredo de fonte”. Assim é desproporcional. Não dá
para ser assim.
A desfaçatez é tamanha… O que se faz com o meu filho Fabio é uma
violência. Ontem mesmo fiquei sabendo de um lutador dessa luta que eu
não gosto falando que meu filho tem um iate de 80 pés em Angra… como um
cidadão tem a desfaçatez de mentir?
A gente começou a abrir processo agora, porque não interessava. Mas
acho que tem que processar. Quando cheguei ao governo, a Fenaj
apresentou um projeto para criar um tipo de OAB dos jornalistas. E o
pessoal analisou, deu entrada, e quando chegou ao Congresso Nacional,
foi um cacete que nem a Fenaj defendeu. Os jornalistas atacaram,
reclamaram, e eu pensei: se nem o jornalista quer, tiramos o projeto.
Antigamente os jornais tinham dono, e você falava com o dono e
tentava resolover alguma coisa. Hoje você tem executivo preposto. Não
resolve mais nada.
A politização chegou a tal ordem… e eu admito a politização. Que eles
peçam o voto que quiserem nos editoriais. O que não admito é mentira na
informação. Daqui pra frente vou processar. Tem muitos, e vai ter cada
vez mais. Eu não gostaria que fosse assim.
Há um abuso, uma falta de respeito com a Dilma. Achei que ela seria
mais bem tratada por ser mulher, mas não tem isso. É uma coisa de pele.
Se você não tem a minha pele, não te aceito no meu clube.
As pessoas podem não gostar do PT, sem problemas, mas se elas não
reconhecerem o que seria este país sem o PT… Um homem sério ou uma
mulher séria não pode admitir a execração das pessoas.”
Campanha em 2014 e ajuste fiscal em 2015
“O cidadão não pode gastar mais do que ganha. Se você quer ter uma capacidade de endividamento, tem que ser uma que dá para pagar. Acho que todos nós fazemos assim. Agora, a verdade é que a Dilma, no primeiro mandato, teve um mandato muito exitoso. Os problemas começaram quando a Dilma preocupada em prevenir a redução do crescimento, e ela não queria de jeito nenhum reduzir os programas sociais, ela fez um forte subsídio. E uma forte política de isenções que chegou a quase R$ 500 bilhões nos últimos anos.
Campanha em 2014 e ajuste fiscal em 2015
“O cidadão não pode gastar mais do que ganha. Se você quer ter uma capacidade de endividamento, tem que ser uma que dá para pagar. Acho que todos nós fazemos assim. Agora, a verdade é que a Dilma, no primeiro mandato, teve um mandato muito exitoso. Os problemas começaram quando a Dilma preocupada em prevenir a redução do crescimento, e ela não queria de jeito nenhum reduzir os programas sociais, ela fez um forte subsídio. E uma forte política de isenções que chegou a quase R$ 500 bilhões nos últimos anos.
Quando você faz subsídios e a economia não consegue se recuperar,
você começa a arrecadar menos. E aí precisa fazer um corte. E para isso,
precisa escolher o que é prioritário para a sociedade, no caso, a
geração de emprego, o investimento nas universidades.
Ora, houve um equívoco político já reconhecido pela presidenta. Foi a
gente ganhar as eleições com um discurso, com apoio do povo da PUC e da
Zona Leste, de artistas, de gente que acreditou e foi para a rua
defender um projeto de inclusão social, acreditando que é possível fazer
um processo mais forte de democratização da mídia brasileira, de
diversificação da cultura. Foi para isso que as pessoas foram para as
ruas.
E a Dilma dizia que ajuste era coisa de tucano, não coisa dela, mas
depois foi obrigada a fazer. E como estava num processo de diálogo com o
movimento sindical e só anunciou em dezembro… criou um mal estar. Ela
sabe disso. Agora, o que nós estamos vendo: se em algum momento se
acreditou que fazendo discurso para o mercado a gente ia melhorar, o que
a gente percebeu é que não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado.
Nem o Levy, que era representante do mercado no ministério da fazenda,
não virou governo. Não ganhamos ninguém e perdemos a nossa gente. Então o
desafio da Dilma, agora, e eu peço a Deus que a ilumine muito, o
ministro Nelson Barbosa e todo o governo, é que em algum momento neste
mês vão precisar anunciar alguma coisa para a sociedade brasileira.
Então o Levy saiu, e o que vai mudar?
Uma forma de aumentar a capacidade de arrecadação do estado
brasileiro é aumentar imposto, e está difícil no Congresso. A outra, é o
crescimento econômico. A Dilma tem de ter como obsessão a retomada do
crescimento e do emprego. Não é fácil, mas é a tarefa política.
Você precisa escolher o que fazer, com investimento público. Se o
governo não está pondo dinheiro, porque o empresário vai por? O governo
precisa tomar a iniciativa. Precisamos de uma forte política de
financiamento, temos muitas obras inconclusas que precisam ser
terminadas. A Dilma lançou o PIL, que é um programa de investimento em
logística. E tem muita coisa por fazer.
Não existe nada mais edificante para um ser humano do que ser capaz
de prover seu próprio sustento. O jovem está ansioso para trabalhar. O
emprego precisa ser uma obsessão para nós.”
Recuperação da economia
“Nós estamos arrecadando pouco, e portanto não temos capacidade de investimento para induzir. Você não está fazendo as concessões de portos e aeroportos, e é importante fazer. O que a gente percebe é que tá faltando crédito, financiamento. Penso que apresidenta e o Barbosa precisam pensar, não sei pra quando, uma forte política de crédito para investimento e para consumo.
“Nós estamos arrecadando pouco, e portanto não temos capacidade de investimento para induzir. Você não está fazendo as concessões de portos e aeroportos, e é importante fazer. O que a gente percebe é que tá faltando crédito, financiamento. Penso que apresidenta e o Barbosa precisam pensar, não sei pra quando, uma forte política de crédito para investimento e para consumo.
Em 2008, na época da crise, colocamos R$ 100 bilhões do Tesouro para
financiar o desenvolvimento. Na primeira levada que colocamos, os bancos
privados não criaram crédito a partir dos títulos do tesouro. Então
fomos com os bancos públicos, compramos o Banco Votorantim para
financiar carro, o Bradesco tinha parado de financiar motocicleta e nós
fizemos o financiamento para motocicleta nos bancos públicos.
Nós temos 14 milhões de micro empresas e MEI, e que precisamos
financiar, financiar a cadeia produtiva, por exemplo. Isso tem de ser
feito com mais rapidez. Tem de ter uma política de financiamento de
infraestrutura com mais rapidez, e o consumo. Se não tem consumo,
ninguém investe. Poderia se tentar ver como está o crédito consignado e
fazer uma forte política de crédito consignado, acertado com o movimento
sindical e os empresários.
Se a gente fizer tudo isso, a gente faz a roda da economia girar. Aí o
governo vai arrecadar mais, e ter mais capacidade de investimento.
O pessoal fala muito de dívida pública no Brasil… Depois de 2007, a
dívida pública norte-americana foi de 74% para 105%; o Obama endividou o
país, mas para fazer a economia girar. Você cria um ativo que vai dar
retorno e vai te ajudar a arrecadar mais. Agora falam da nossa dívida,
ela cresceu porque o PIB caiu. Se o PIB crescer, ela cai.
Então o jeito da gente consertar a economia, na minha opinião, é
fazer a economia crescer. A Grécia começou com uma crise que 30 bilhões
resolviam, mas depois de 10 anos de discussão, chegou a uma situação que
200 bilhões não resolviam.
Infraestrutura é central, não apenas ferrovias, mas muitas coisas que
você precisa investir. Eu se fosse a Dilma, fazia como os russos:
chamava a China e pactuava um grande projeto de investimentos e dava
como garantia o petróleo. Eles precisam e nós temos. Uma crise cria a
oportunidade que você faça tudo que não dá para fazer na normalidade”.
A turma do ‘quanto pior, melhor’
“O povo brasileiro precisa repudiar, veementemente, todas as pessoas que trabalham para atrapalhar o desempenho do Brasil. Quando alguém trabalha para impedir que o que o governo faz não dê certo, quem sofre na pele é o povo mais necessitado deste país. Quando as pessoas tiraram a CPMF achando que iam me prejudicar, eu não fui prejudicado. Mas o povo brasileiro foi. Quem precisa da saúde pública é o povo mais humilde.
“O povo brasileiro precisa repudiar, veementemente, todas as pessoas que trabalham para atrapalhar o desempenho do Brasil. Quando alguém trabalha para impedir que o que o governo faz não dê certo, quem sofre na pele é o povo mais necessitado deste país. Quando as pessoas tiraram a CPMF achando que iam me prejudicar, eu não fui prejudicado. Mas o povo brasileiro foi. Quem precisa da saúde pública é o povo mais humilde.
Então quando as pessoas tentam prejudicar a Dilma, estão retardando o
avanço social do povo brasileiro. Teve até um que disse outro dia que
ia tirar R$ 10 bilhões do Bolsa Família.
A Dilma precisa conversar mais com a sociedade, organizar os
partidos, assumir compromissos de seus aliados, porque… política é
assim. Se tem uma coisa que o Congresso Nacional adora, e qualquer
parlamento do mundo, é presidente fraco. Quando ele forte, o presidente
faz muita coisa e eles não podem contestar. Veja o papel do Eduardo
Cunha. Ele se presta a criar uma pauta bomba todo dia, sem se importar
se tem algo pra votar que tenha importância para o país; não de
importância para a Dilma, mas para o país.
Mas precisa, pelo amor de Deus, com a base aliada, pactuar que a
minoria não paralise este país. O governo foi eleito para governar, e
não pode permitir que a minoria, que a pauta negativa, paralise o país. O
Jaques Wagner tem muita expertise política e vai trabalhar, com o
Berzoini, para que a gente aprove o que for necessário para que a
economia volte a crescer.”
A volta por cima do PT
“O PT errou, cometeu práticas que condenávamos. E o PT não nasceu para ser igual aos outros, nasceu para mudar a lógica dos partidos tradicionais. Mas uma coisa é o PT quando a gente dizia: “sua vez, sua voz”, o PT que fazia campanha vendendo macacão, estrela, bandeira… na medida que a família começa a crescer e o partido entra nas instituições e na briga institucional, o partido mudou. Lembro de um tempo que a gente sentava aqui na direção nacional e fechava política de alianças nacional. Mas aí o partido vai crescendo e começa aliança ora com um, ora com outro, aí precisa de dinheiro pra campanha, as campanhas de TV ficam cada vez mais caras, parecendo filme de Hollywood e, de repente, o PT ficou parecido a todos os outros. E isso levou a posturas equivocadas.
“O PT errou, cometeu práticas que condenávamos. E o PT não nasceu para ser igual aos outros, nasceu para mudar a lógica dos partidos tradicionais. Mas uma coisa é o PT quando a gente dizia: “sua vez, sua voz”, o PT que fazia campanha vendendo macacão, estrela, bandeira… na medida que a família começa a crescer e o partido entra nas instituições e na briga institucional, o partido mudou. Lembro de um tempo que a gente sentava aqui na direção nacional e fechava política de alianças nacional. Mas aí o partido vai crescendo e começa aliança ora com um, ora com outro, aí precisa de dinheiro pra campanha, as campanhas de TV ficam cada vez mais caras, parecendo filme de Hollywood e, de repente, o PT ficou parecido a todos os outros. E isso levou a posturas equivocadas.
Agora, você conhece algum deputado deste país que vendeu seu
patrimônio para ser deputado? O que acho grave é que todos os partidos
pegaram dinheiro das mesmas fontes. Os empresários são os mesmos para
todos os partidos, e só com o PT é crime? Por isso, sou favorável ao
financiamento público de campanha.
As pessoas falam do PT e não conhecem o PT. Em 1989, eu tava pra
desistir de ser candidato. Eu estava chegando a Balbina, no Amazonas,
quando o Kotscho me trouxe um Estadão com o Ibope: “Lula cai de 3% para
2,75%”. E eu pensei em desistir, porque senão ia terminar a eleição
devendo pro Ibope. Mas quando chego lá em Balbina, encontro 100 pessoas,
crianças, famílias, com bandeirinha do PT esperando para nos ouvir. As
pessoas pegavam dois dias de canoa, trazendo frango e farinha pra comer e
vender, só pra ver o PT, então eu não podia desistir. Eu não tenho o
direito de desistir. Esse partido é muito grande, não pode ser
abandonado porque uma pessoa cometeu um erro.
Não é questão de voltar às origens, porque não podemos voltar a ser
quem fomos. Mas voltar a ter os mesmos compromissos e práticas daquela
época. Os erros não devem servir para execrar o PT, mas para nos ajudar a
consertá-lo. Pode ficar certo: o PT vai ressurgir como fênix. Vai
ressurgir das cinzas muito mais forte. Fecha os olhos trinta segundos e
imagine o que este país seria sem o PT, o que seria a política deste
país sem o PT. Eu não vou deixar, eu vou motivar nossos companheiros.
Então, uni-vos petistas! Em torno da causa nobre da democracia e da
inclusão social!”
Movimentos sociais são críticos demais?
“Eu nasci na política no movimento social. O legado que eu consegui construir neste país se deve muito à participação do movimento social, nos bons e nos maus momentos. Porque o movimento social tem uma característica: eles pedem menos que qualquer adversário e ajudam muito mais que qualquer adversário atendido. Sinto muito orgulho de ter estabelecido a melhor relação entre Estado e sociedade e movimento social neste país.
“Eu nasci na política no movimento social. O legado que eu consegui construir neste país se deve muito à participação do movimento social, nos bons e nos maus momentos. Porque o movimento social tem uma característica: eles pedem menos que qualquer adversário e ajudam muito mais que qualquer adversário atendido. Sinto muito orgulho de ter estabelecido a melhor relação entre Estado e sociedade e movimento social neste país.
Às vezes, enche o saco, a gente não gosta… mas Deus há de fazer com
que esse movimento continue cobrando do governo. Se o movimento não
cobra do governo, o governo acha que tá tudo certinho. Eu prefiro o
movimento cobrando e reivindicando que movimento social passivo. Eu
tenho o mais profundo respeito e acho que a Dilma tem o mais profundo
respeito. Com a diferença que eu vim dele, seja no sindicato, seja na
igreja progressista, eu venho deles.”
Quem está mais à esquerda: Lula ou Dilma?
“A Dilma é muito mais à esquerda que eu. Ela tem uma formação ideológica mais consolidada. Eu sou um liberal… Veja, eu, na verdade, o que eu acho, eu sou um cidadão muito pragmático e muito realista entre aquilo que eu sonho e aquilo que é a política real.
“A Dilma é muito mais à esquerda que eu. Ela tem uma formação ideológica mais consolidada. Eu sou um liberal… Veja, eu, na verdade, o que eu acho, eu sou um cidadão muito pragmático e muito realista entre aquilo que eu sonho e aquilo que é a política real.
Se um partido ganhasse as eleições sozinho, elegesse todo mundo, ia
ser uma desgraça. Ia ter corrupção pra caramba. O ideal é ter as
maiorias, mas não tendo forças, não tendo aliados de esquerda, você faz
uma composição. E você faz com quem quer te apoiar. O PT negou muitos
apoios. Quando fui presidente da República, eu tinha consciência de que
eu era um estranho no ninho. Aquilo não foi feito para um operário
chegar lá. O Congresso não tinha nem banheiro feminino.
Eu hoje acho que sou mais à esquerda do que eu era. Eu tenho lido
mais, eu tenho visto que mesmo fazendo o que nós fizemos por este país,
ganhando o dinheiro que ganharam em nosso governo, eles ainda não nos
aceitam. Há um preconceito, que não sei se é de classe, mas é visível. E
eu tento tratar isso democraticamente.
Os de cima não aceitam sequer um novo rico; se não for do meio deles,
tá fora. Então te confesso que eu tenho uma coisa na minha vida que é
minha coerência política. Um discurso de 1989 e um de 2009, tem
coerência. O Lula nunca mudou de lado. Eu sei de onde eu vim. Fui
presidente da República e voltei para o mesmo lugarzinho.”
Lei Antiterrorismo
“Eu sou contra a lei antiterrorismo. É uma loucura a gente fazer uma lei por conta dos black blocs. Este país não tem tradição de terrorismo. Nós fizemos os jogos Pan Americanos e não aconteceu absolutamente nada. Vamos fazer as olimpíadas e com o sistema de segurança que está sendo feito, não vai acontecer nada. Vamos envolver o povo brasileiro, com a quantidade de pessoas por aí que querem ser voluntárias. Não vamos trazer para cá um problema da França, americano ou do Oriente Médio. Somos outra nação.”
“Eu sou contra a lei antiterrorismo. É uma loucura a gente fazer uma lei por conta dos black blocs. Este país não tem tradição de terrorismo. Nós fizemos os jogos Pan Americanos e não aconteceu absolutamente nada. Vamos fazer as olimpíadas e com o sistema de segurança que está sendo feito, não vai acontecer nada. Vamos envolver o povo brasileiro, com a quantidade de pessoas por aí que querem ser voluntárias. Não vamos trazer para cá um problema da França, americano ou do Oriente Médio. Somos outra nação.”
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