As notícias são as piores. A bomba de hidrogênio da Coreia do Norte funciona. E o míssil de longo alcance feito para transportar a carga de ataque voa com precisão, é capaz de chegar ao território continental dos EUA. Até julho de 2018 os especialistas do Instituto de Armas Nucleares de Pyongyang terão pronto o veículo de reentrada, a sofisticada cápsula que conduz as ogivas explosivas para seus alvos, no retorno à atmosfera depois do trajeto orbital. Com esse recurso, os Hwasongs poderão atingir pontos estratégicos do Hemisfério Norte. Depois do teste subterrâneo deste domingo, responsável por uma onda sísmica que deu a volta ao mundo e foi detectado na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, o quadro mudou. O ensaio deixou claro o domínio dos processos tecnológicos e dos procedimentos de engenharia. A Coreia do Norte é, sim, uma nova e definitiva potência nuclear – com ou sem Kim Jong-un no poder.
O experimento nas montanhas de quartzito de Punggye-ri pode ter liberado energia total de 100 a 120 quilotons, muito mais que os 8 a 10 quilotons registrados na detonação de 2013 e acima de 6, talvez até 8 vezes, além das bombas que atingiram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, bombardeadas pelos EUA há 72 anos. Morreram 246 mil pessoas. Embora haja uma certa desconfiança formal quanto ao tipo de dispositivo empregado ontem, todos os indícios apontam para um artefato compacto, de hidrogênio, termonuclear – ou seja, gerador de uma onda de calor que supera, no núcleo, os 2 milhões de graus – na extremidade do círculo chega aos 20 mil graus. É a mesma fonte que faz as estrelas brilharem e mantém a fornalha do sol. O poder de destruição é violentamente maior que o das armas de urânio. O mecanismo de iniciação da carga de hidrogênio é a explosão de uma bomba atômica equivalente às lançadas no Japão em 1945. O combustível é o hidrogênio. Dois isótopos encontrados no núcleo desse elemento, o deutério e o trítio, são fundidos pelo intenso calor inicial. Disso resulta o hélio-4, muito mais pesado. A multiplicação instantânea causa efeito devastador.
Há enormes dificuldades técnicas a serem superadas no empreendimento. A miniaturização da bomba é a principal barreira e tem de ser vencida para permitir a instalação na ponta de um míssil. O protótipo americano do início dos anos 50, era uma bola metálica que media 1,63 metro de diâmetro e pesava pouco menos de 5 toneladas. Na Coreia do Norte, há poucos meses, Kim Jong-un foi fotografado diante da maquete de uma esfera – pequena, mas não o suficiente. E com toda a aparência de um produto experimental, de laboratório, não funcional. Ontem de manhã as imagens do ditador visitando o centro de pesquisas mostraram outra realidade: maquetes industriais de diversos invólucros, compatíveis com os conceitos da engenharia nuclear, tubos da fuselagem de mísseis confeccionados em ligas especiais de baixo peso e alta resistência. A mudança de patamar das formidáveis Forças Armadas sob comando de Kim – 1,1 milhão de homens e mulheres no Exército, cerca de 900 mísseis de curto e médio alcance – deve ser considerada pela Casa Branca sob Donald Trump. O Centro de Estudos Estratégicos de Washington considerou ontem “a atitude do momento”, o estímulo às negociações por meio da China, com o objetivo de obter certa distensão no curto prazo na região, onde prospera a ameaça de uma possível ação militar preventiva. Há dois grupos de batalha da Marinha, liderados por porta-aviões nucleares, prontos para entrar no Mar do Japão, levando 90 aeronaves cada um, mais os cruzadores e destróieres da força-tarefa. Em Seul, o presidente Moon Jae-in admitiu há dois dias a existência de um discreto programa de mísseis. Ao norte, o noticiário da noite, em Pyongyang, voltou a dizer que nos próximos dias haverá um noo teste com mísseis balísticos da série 12. Objetivo assumido: a Ilha de Guam, a 3,4 mil km, sede de duas bases dos EUA.
O experimento nas montanhas de quartzito de Punggye-ri pode ter liberado energia total de 100 a 120 quilotons, muito mais que os 8 a 10 quilotons registrados na detonação de 2013 e acima de 6, talvez até 8 vezes, além das bombas que atingiram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, bombardeadas pelos EUA há 72 anos. Morreram 246 mil pessoas. Embora haja uma certa desconfiança formal quanto ao tipo de dispositivo empregado ontem, todos os indícios apontam para um artefato compacto, de hidrogênio, termonuclear – ou seja, gerador de uma onda de calor que supera, no núcleo, os 2 milhões de graus – na extremidade do círculo chega aos 20 mil graus. É a mesma fonte que faz as estrelas brilharem e mantém a fornalha do sol. O poder de destruição é violentamente maior que o das armas de urânio. O mecanismo de iniciação da carga de hidrogênio é a explosão de uma bomba atômica equivalente às lançadas no Japão em 1945. O combustível é o hidrogênio. Dois isótopos encontrados no núcleo desse elemento, o deutério e o trítio, são fundidos pelo intenso calor inicial. Disso resulta o hélio-4, muito mais pesado. A multiplicação instantânea causa efeito devastador.
Há enormes dificuldades técnicas a serem superadas no empreendimento. A miniaturização da bomba é a principal barreira e tem de ser vencida para permitir a instalação na ponta de um míssil. O protótipo americano do início dos anos 50, era uma bola metálica que media 1,63 metro de diâmetro e pesava pouco menos de 5 toneladas. Na Coreia do Norte, há poucos meses, Kim Jong-un foi fotografado diante da maquete de uma esfera – pequena, mas não o suficiente. E com toda a aparência de um produto experimental, de laboratório, não funcional. Ontem de manhã as imagens do ditador visitando o centro de pesquisas mostraram outra realidade: maquetes industriais de diversos invólucros, compatíveis com os conceitos da engenharia nuclear, tubos da fuselagem de mísseis confeccionados em ligas especiais de baixo peso e alta resistência. A mudança de patamar das formidáveis Forças Armadas sob comando de Kim – 1,1 milhão de homens e mulheres no Exército, cerca de 900 mísseis de curto e médio alcance – deve ser considerada pela Casa Branca sob Donald Trump. O Centro de Estudos Estratégicos de Washington considerou ontem “a atitude do momento”, o estímulo às negociações por meio da China, com o objetivo de obter certa distensão no curto prazo na região, onde prospera a ameaça de uma possível ação militar preventiva. Há dois grupos de batalha da Marinha, liderados por porta-aviões nucleares, prontos para entrar no Mar do Japão, levando 90 aeronaves cada um, mais os cruzadores e destróieres da força-tarefa. Em Seul, o presidente Moon Jae-in admitiu há dois dias a existência de um discreto programa de mísseis. Ao norte, o noticiário da noite, em Pyongyang, voltou a dizer que nos próximos dias haverá um noo teste com mísseis balísticos da série 12. Objetivo assumido: a Ilha de Guam, a 3,4 mil km, sede de duas bases dos EUA.
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