As peças publicitárias de caráter oficial apresentavam o candidato numa postura mais séria, em estilo tradicional, com cabelos penteados e roupas alinhadas. Já as peças publicitárias produzidas por simpatizantes demonstram um Jânio carregado de traços regionais, incorporando costumes e tradições das várias regiões do país em estilo bem populista. É o caso da capa de um pequeno livro, sem referência do local, mas pelas características da figura produzido a partir de um personagem típico do nordeste: o cangaceiro. Na animação é mostrada uma charge de Jânio com a barba por fazer, bigode desalinhado, olhos arregalados, usando um chapéu de cangaceiro e tocando uma sanfona. Logo abaixo vem a mensagem: “Ó xente! O povo falou tá falado!”.
Nas várias regiões do país o povo construía a imagem de J.Quadros a sua maneira, as habilidades físicas e sensitivas do candidato produziam várias imagens no receptor que, de alguma forma, encontravam ressonância no povo. Ele soube compreender as tradições regionais do país e aplicá-las adequadamente conforme a sua intuição.
Na propaganda soube, a partir de São Paulo, se desdobrar em vários “jânios” pelo resto do país, nunca perdendo a individualidade, mas incorporando outras características conforme os contrastes regionais.
A propaganda política de JQ em 1960 demonstrou que não se pode impor um estilo pasteurizado de valores e conceitos pré-estabelecidos. Mas que as referências devem ser trabalhadas considerando os diversos aspectos culturais, de modo a estabelecer uma relação entre o nacional e o local. O reforço e a solidificação de valores e atitudes foram explorados em detrimento da imposição de novos estilos.
Entre os discursos de campanha, comia sanduíches de mortadela e pão com banana, numa tentativa de identificar sua imagem com o eleitorado mais pobre.
Jânio procurou sempre se diferenciar dos outros políticos. Vestia roupas surradas, usava cabelos compridos, deixava a barba por fazer, os ombros cheios de caspa e exibia caretas aos fotógrafos.
Sua sintaxe era um caso à parte. Em seus discursos procurou sempre utilizar um vocabulário apurado, recheado por frases de efeito. É um enigma saber como conseguia se comunicar de forma eficiente com seus eleitores, a maioria sem instrução escolar.
Chefe do Executivo fosse municipal, estadual ou federal, o autoritarismo e o carisma foram seus traços característicos. Seus bilhetinhos, com ordens a subordinados, se tornaram célebres.
Segundo seus adversários, Jânio sempre demonstrou desprezo pelos partidos e pelo Poder Legislativo. Ao longo de sua carreira, trocou de legenda sucessivamente.
Essas demonstrações de força aumentaram sua popularidade junto a diversos segmentos do eleitorado. Jânio parecia diferente dos outros políticos.
Eleito pela Segunda vez prefeito de São Paulo, em 1985, seu primeiro ato ao tomar posse, em 1º de janeiro de 86, foi desinfetar a cadeira de seu gabinete. Alguns dias antes da eleição, seu adversário de campanha, Fernando Henrique Cardoso, candidato do PMDB, ocupou a cadeira para ser fotografado pela imprensa.
J.Quadros, vereador
A imagem política de J.Quadros foi sendo composta associando-se modernização à eficiência da administração pública. Ele se apresentava como um político novo e refazendo a linguagem política no Brasil, com práticas voltadas para critérios impessoais e na defesa da racionalização do Estado.
J.Quadros, deputado estadual
Para essa campanha confeccionou cartazes com a frase: ” Jânio pede o seu voto ” e contou com simpatizantes para distribuí-los no interior do Estado de São Paulo. E como deputado, sempre defendendo o direito do consumidor.
J.Quadros, campanha à prefeitura de São Paulo
Surgiu um dos mais expressivos slogans de sua carreira política: ” A revolução do tostão contra o milhão” . Simbolizava a luta de um candidato humilde, sem o apoio da máquina política.
Em se tratando de simbologias, o maior símbolo politico de J.Quadros: A VASSOURA ( criação de Eloá do Valle Quadros, esposa de JQ). Ela se tornaria a maior referência eleitoral de sua carreira política e colaboraria para projetar JQ para as classes mais abastadas.
J.Quadros, campanha ao governo de São Paulo
Surge em sua campanha o seguinte slogan: ” Honestidade e Trabalho “. Na realidade JQ se apresentou novamente como um candidato pobre, de saúde combalida. Seu perfil magro lembrava um sujeito mal-alimentado. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros a Governador de São Paulo, em 1954.
Os bilhetinhos de JQ foram uma excelente estratégia política para o governador atrair a imprensa, sem pedir que ela o procurasse.
Jânio – Deputado Federal
JQ lançou-se candidato a deputado federal pelo Paraná pelo PTB, em 1958. Venceu com a maior votação do Estado e passou a ocupar os dois cargos simultaneamente (Governador e Deputado Federal).
Jânio – Presidente da República
Nascia o MPQ – Movimento Popular Jânio Quadros – Slogan : ” Jânio vem ai !. Vendas de botons e vassourinhas no famoso livro de Ouro. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros à presidência da república, popularizando em nível nacional.
O jingle musical sobre a vassourinha de Jânio se popularizou muito na campanha presidencial de 1960, a ponto de surgirem pelo país compositores que produziram outras marchinhas e canções em oferecimento ao candidato J.Quadros. Em algumas ocasiões os autores mandavam as partituras para os coordenadores da campanha avaliarem se era possível transformá-las em material de campanha. As letras também endossavam as mensagens ideológicas de outras peças publicitárias.
Jânio Quadros, frequentava (sem dançar) bailes de carnaval. Num desses bailes, um frasco de lança perfume explodiu perto dele. Vem daí o pequeno defeito que tinha numa das vistas. Mas que não o impedia de enxergar longe.
Segundo, José Teles, Getúlio Vargas foi o político que mais inspirou marchinhas carnavalescas. Boa parte dos grandes bem-sucedida foi Retrato do Velho, dos especialistas Haroldo Lobo e Marino Pinto: "Bota o retrato do velho, bota no mesmo lugar/o sorriso do velhinho/faz a gente trabalhar”.
Todo o seu governo é documentado em sambas e marchinhas, e até a sua morte teve direito a um samba-enredo, o da Mangueira, em 1956, O grande presidente, de Pandeirinho.
Jânio Quadros foi um dos primeiros a explorar a televisão na propaganda eleitoral em sua campanha de 1960. Usando a vassoura como símbolo, ele dizia que iria varrer a corrupção do país. Foi eleito, mas renunciou apenas sete meses depois. O nome do seu jingle era “Varre, varre vassourinha”.
Outro presidente que ganhou muitas marchinhas foi Jânio Quadros, seu jingle de campanha, por sinal foi sucesso nacional “Varre, varre vassourinha/varre, varre a bandalheira”. As marchinhas foram crônica de sua época. Registram políticos corruptos:
“Quem não conhece
Quem não ouviu falar
Na famosa Caixinha do Ademar
Que deu livro, deu remédio, deu estrada
Caixinha abençoada
Já se comenta de norte a sul
Com Ademar tá tudo azul”
O Ademar, naturalmente, é o de Barros, governador de São Paulo, candidato a Presidência, do infame slogan: “Rouba mais faz”.
Num carnaval, Jânio foi à cidade de Santos. Como qualquer cidadão – fevereiro de 1955 – passou a noite num dos bailes carnavalescos, juntamente com a família. Uma dada hora, alguém pretendeu-lhe jogar confete. Mais tarde, Jânio fica sabendo teria dito que iria fazer "o governador engolir confete". Foi o bastante. Há uma discussão entre o folião e o governador. Tratava-se de um médico, funcionário do Estado. De volta à Capital, o governador do Estado demite o funcionário folião, pois que ele era interino. Os jornais fizeram um verdadeiro alarido sobre o caso. Jânio foi atacado acerbamente e o caso empolgou a opinião pública.
Numa entrevista concedida à televisão, fizeram uma pergunta ao governador Jânio Quadros a respeito do caso. Ele esclareceu o que houvera e afirmou: - O folião quis alcançar a autoridade do governador do Estado, não o cidadão Jânio Quadros.
Posteriormente, o referido servidor recorreu da sua demissão, explicando o ocorrido e solicitando a sua volta ao cargo público. Jânio não teve dúvida em nomeá-lo novamente, despachando ao seu Secretário a ordem, acrescentando: - Esse já pagou caro o erro. O fato se deu com o médico Eugênio Sadocco, no Club XV de Santos.
Nas várias regiões do país o povo construía a imagem de J.Quadros a sua maneira, as habilidades físicas e sensitivas do candidato produziam várias imagens no receptor que, de alguma forma, encontravam ressonância no povo. Ele soube compreender as tradições regionais do país e aplicá-las adequadamente conforme a sua intuição.
Na propaganda soube, a partir de São Paulo, se desdobrar em vários “jânios” pelo resto do país, nunca perdendo a individualidade, mas incorporando outras características conforme os contrastes regionais.
A propaganda política de JQ em 1960 demonstrou que não se pode impor um estilo pasteurizado de valores e conceitos pré-estabelecidos. Mas que as referências devem ser trabalhadas considerando os diversos aspectos culturais, de modo a estabelecer uma relação entre o nacional e o local. O reforço e a solidificação de valores e atitudes foram explorados em detrimento da imposição de novos estilos.
Entre os discursos de campanha, comia sanduíches de mortadela e pão com banana, numa tentativa de identificar sua imagem com o eleitorado mais pobre.
Jânio procurou sempre se diferenciar dos outros políticos. Vestia roupas surradas, usava cabelos compridos, deixava a barba por fazer, os ombros cheios de caspa e exibia caretas aos fotógrafos.
Sua sintaxe era um caso à parte. Em seus discursos procurou sempre utilizar um vocabulário apurado, recheado por frases de efeito. É um enigma saber como conseguia se comunicar de forma eficiente com seus eleitores, a maioria sem instrução escolar.
Chefe do Executivo fosse municipal, estadual ou federal, o autoritarismo e o carisma foram seus traços característicos. Seus bilhetinhos, com ordens a subordinados, se tornaram célebres.
Segundo seus adversários, Jânio sempre demonstrou desprezo pelos partidos e pelo Poder Legislativo. Ao longo de sua carreira, trocou de legenda sucessivamente.
Essas demonstrações de força aumentaram sua popularidade junto a diversos segmentos do eleitorado. Jânio parecia diferente dos outros políticos.
Eleito pela Segunda vez prefeito de São Paulo, em 1985, seu primeiro ato ao tomar posse, em 1º de janeiro de 86, foi desinfetar a cadeira de seu gabinete. Alguns dias antes da eleição, seu adversário de campanha, Fernando Henrique Cardoso, candidato do PMDB, ocupou a cadeira para ser fotografado pela imprensa.
J.Quadros, vereador
A imagem política de J.Quadros foi sendo composta associando-se modernização à eficiência da administração pública. Ele se apresentava como um político novo e refazendo a linguagem política no Brasil, com práticas voltadas para critérios impessoais e na defesa da racionalização do Estado.
J.Quadros, deputado estadual
Para essa campanha confeccionou cartazes com a frase: ” Jânio pede o seu voto ” e contou com simpatizantes para distribuí-los no interior do Estado de São Paulo. E como deputado, sempre defendendo o direito do consumidor.
J.Quadros, campanha à prefeitura de São Paulo
Surgiu um dos mais expressivos slogans de sua carreira política: ” A revolução do tostão contra o milhão” . Simbolizava a luta de um candidato humilde, sem o apoio da máquina política.
Em se tratando de simbologias, o maior símbolo politico de J.Quadros: A VASSOURA ( criação de Eloá do Valle Quadros, esposa de JQ). Ela se tornaria a maior referência eleitoral de sua carreira política e colaboraria para projetar JQ para as classes mais abastadas.
J.Quadros, campanha ao governo de São Paulo
Surge em sua campanha o seguinte slogan: ” Honestidade e Trabalho “. Na realidade JQ se apresentou novamente como um candidato pobre, de saúde combalida. Seu perfil magro lembrava um sujeito mal-alimentado. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros a Governador de São Paulo, em 1954.
Os bilhetinhos de JQ foram uma excelente estratégia política para o governador atrair a imprensa, sem pedir que ela o procurasse.
Jânio – Deputado Federal
JQ lançou-se candidato a deputado federal pelo Paraná pelo PTB, em 1958. Venceu com a maior votação do Estado e passou a ocupar os dois cargos simultaneamente (Governador e Deputado Federal).
Jânio – Presidente da República
Nascia o MPQ – Movimento Popular Jânio Quadros – Slogan : ” Jânio vem ai !. Vendas de botons e vassourinhas no famoso livro de Ouro. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros à presidência da república, popularizando em nível nacional.
O jingle musical sobre a vassourinha de Jânio se popularizou muito na campanha presidencial de 1960, a ponto de surgirem pelo país compositores que produziram outras marchinhas e canções em oferecimento ao candidato J.Quadros. Em algumas ocasiões os autores mandavam as partituras para os coordenadores da campanha avaliarem se era possível transformá-las em material de campanha. As letras também endossavam as mensagens ideológicas de outras peças publicitárias.
Jânio Quadros, frequentava (sem dançar) bailes de carnaval. Num desses bailes, um frasco de lança perfume explodiu perto dele. Vem daí o pequeno defeito que tinha numa das vistas. Mas que não o impedia de enxergar longe.
Segundo, José Teles, Getúlio Vargas foi o político que mais inspirou marchinhas carnavalescas. Boa parte dos grandes bem-sucedida foi Retrato do Velho, dos especialistas Haroldo Lobo e Marino Pinto: "Bota o retrato do velho, bota no mesmo lugar/o sorriso do velhinho/faz a gente trabalhar”.
Todo o seu governo é documentado em sambas e marchinhas, e até a sua morte teve direito a um samba-enredo, o da Mangueira, em 1956, O grande presidente, de Pandeirinho.
Jânio Quadros foi um dos primeiros a explorar a televisão na propaganda eleitoral em sua campanha de 1960. Usando a vassoura como símbolo, ele dizia que iria varrer a corrupção do país. Foi eleito, mas renunciou apenas sete meses depois. O nome do seu jingle era “Varre, varre vassourinha”.
Outro presidente que ganhou muitas marchinhas foi Jânio Quadros, seu jingle de campanha, por sinal foi sucesso nacional “Varre, varre vassourinha/varre, varre a bandalheira”. As marchinhas foram crônica de sua época. Registram políticos corruptos:
“Quem não conhece
Quem não ouviu falar
Na famosa Caixinha do Ademar
Que deu livro, deu remédio, deu estrada
Caixinha abençoada
Já se comenta de norte a sul
Com Ademar tá tudo azul”
O Ademar, naturalmente, é o de Barros, governador de São Paulo, candidato a Presidência, do infame slogan: “Rouba mais faz”.
Num carnaval, Jânio foi à cidade de Santos. Como qualquer cidadão – fevereiro de 1955 – passou a noite num dos bailes carnavalescos, juntamente com a família. Uma dada hora, alguém pretendeu-lhe jogar confete. Mais tarde, Jânio fica sabendo teria dito que iria fazer "o governador engolir confete". Foi o bastante. Há uma discussão entre o folião e o governador. Tratava-se de um médico, funcionário do Estado. De volta à Capital, o governador do Estado demite o funcionário folião, pois que ele era interino. Os jornais fizeram um verdadeiro alarido sobre o caso. Jânio foi atacado acerbamente e o caso empolgou a opinião pública.
Numa entrevista concedida à televisão, fizeram uma pergunta ao governador Jânio Quadros a respeito do caso. Ele esclareceu o que houvera e afirmou: - O folião quis alcançar a autoridade do governador do Estado, não o cidadão Jânio Quadros.
Posteriormente, o referido servidor recorreu da sua demissão, explicando o ocorrido e solicitando a sua volta ao cargo público. Jânio não teve dúvida em nomeá-lo novamente, despachando ao seu Secretário a ordem, acrescentando: - Esse já pagou caro o erro. O fato se deu com o médico Eugênio Sadocco, no Club XV de Santos.
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