Por Tostão, ex-jogador e um dos heróis da conquista da Copa de 1970.
No Campeonato Brasileiro, existem treinadores de variadas idades e de tempos de trabalho. A maioria usa conceitos e estratégias modernas, que, há muito tempo, são habituais nos grandes times europeus e que, progressivamente, foram incorporadas ao futebol brasileiro. Isso começou com Tite, no Corinthians, campeão mundial em 2012.
Após o fracasso na Copa de 2014, os técnicos brasileiros diminuíram a arrogância de que não tinham nada para aprender e seguiram a tendência mundial, embora ainda hajam vícios, medíocres e ultrapassados, acumulados por muito tempo, como a marcação individual, o excesso de chutões e de jogadas aéreas, a pouca troca de passes, a correria e a pressa para chegar ao gol e tantos outros detalhes coletivos.
Individualmente, persistem também muitos vícios, como o de conduzir demais a bola, driblar no momento errado e o excesso de passes equivocados, por falha técnica e falta de lucidez nas decisões.
Alguns treinadores resistiram às mudanças. Quando Luxemburgo chegou ao Real Madrid, em 2005, levou seu sistema de losango debaixo do braço, com três no meio-campo, um meia de ligação e dois atacantes. Todas as jogadas pelos lados eram realizadas pelos laterais, que tinham cobertura dos volantes.
Na Espanha, todas as equipes já atuavam com meias abertos, que faziam dupla com os laterais, como ocorre hoje em todos os times brasileiros. Na época, Luxemburgo foi muito criticado na Espanha.
Após os 7 a 1, Luxemburgo disse que não tinha nada a aprender e que não tinha visto nada de novo na Copa. Agora, no Sport, segundo os noticiários, falou que o time jogaria como a Alemanha. Tem dado certo.
Muitos técnicos, mesmo os mais estudiosos, costumam repetir o que um dia deu certo, como se a vida e o futebol parassem no tempo. O mesmo ocorre com os saudosistas, que acham tudo do passado muito melhor.
Os treinadores e a imprensa, com razão, têm criticado muito as frequentes demissões de técnicos. Porém, parte da imprensa contribui para isso, ao supervalorizar os treinadores nas vitórias e nas derrotas, como se tudo o que ocorre no jogo seja decorrente das condutas dos comandantes. Isso sem falar nas fofocas que surgem após os maus resultados. O caminho seria criar regras para evitar que clubes e técnicos rompam contratos durante a temporada.
Os novos treinadores e os mais antigos, que renovaram suas ideias, estão muito bem preparados e sabem da importância de ter uma ampla comissão técnica. Um dos novos profissionais é o analista de desempenho, que conhece todas as informações, as estatísticas e a maneira de jogar dos atletas e das equipes. Isso facilita para os técnicos tomarem decisões.
Mas ainda bem que o futebol não é uma ciência exata. Há dezenas de fatores envolvidos no resultado e nas atuações das equipes, como a qualidade dos jogadores e a imprevisibilidade. Um ótimo treinador, além dos conhecimentos científicos, necessita ser um bom observador, capaz de enxergar o que ocorre nas entrelinhas, nos detalhes subjetivos e objetivos, e de tentar entender o que se passa na alma dos atletas. Treinadores e todos os que trabalham no esporte não podem querer ser também mais importantes que o futebol, mais reais que a realidade, mais sábios que a sabedoria.
Após o fracasso na Copa de 2014, os técnicos brasileiros diminuíram a arrogância de que não tinham nada para aprender e seguiram a tendência mundial, embora ainda hajam vícios, medíocres e ultrapassados, acumulados por muito tempo, como a marcação individual, o excesso de chutões e de jogadas aéreas, a pouca troca de passes, a correria e a pressa para chegar ao gol e tantos outros detalhes coletivos.
Individualmente, persistem também muitos vícios, como o de conduzir demais a bola, driblar no momento errado e o excesso de passes equivocados, por falha técnica e falta de lucidez nas decisões.
Alguns treinadores resistiram às mudanças. Quando Luxemburgo chegou ao Real Madrid, em 2005, levou seu sistema de losango debaixo do braço, com três no meio-campo, um meia de ligação e dois atacantes. Todas as jogadas pelos lados eram realizadas pelos laterais, que tinham cobertura dos volantes.
Na Espanha, todas as equipes já atuavam com meias abertos, que faziam dupla com os laterais, como ocorre hoje em todos os times brasileiros. Na época, Luxemburgo foi muito criticado na Espanha.
Após os 7 a 1, Luxemburgo disse que não tinha nada a aprender e que não tinha visto nada de novo na Copa. Agora, no Sport, segundo os noticiários, falou que o time jogaria como a Alemanha. Tem dado certo.
Muitos técnicos, mesmo os mais estudiosos, costumam repetir o que um dia deu certo, como se a vida e o futebol parassem no tempo. O mesmo ocorre com os saudosistas, que acham tudo do passado muito melhor.
Os treinadores e a imprensa, com razão, têm criticado muito as frequentes demissões de técnicos. Porém, parte da imprensa contribui para isso, ao supervalorizar os treinadores nas vitórias e nas derrotas, como se tudo o que ocorre no jogo seja decorrente das condutas dos comandantes. Isso sem falar nas fofocas que surgem após os maus resultados. O caminho seria criar regras para evitar que clubes e técnicos rompam contratos durante a temporada.
Os novos treinadores e os mais antigos, que renovaram suas ideias, estão muito bem preparados e sabem da importância de ter uma ampla comissão técnica. Um dos novos profissionais é o analista de desempenho, que conhece todas as informações, as estatísticas e a maneira de jogar dos atletas e das equipes. Isso facilita para os técnicos tomarem decisões.
Mas ainda bem que o futebol não é uma ciência exata. Há dezenas de fatores envolvidos no resultado e nas atuações das equipes, como a qualidade dos jogadores e a imprevisibilidade. Um ótimo treinador, além dos conhecimentos científicos, necessita ser um bom observador, capaz de enxergar o que ocorre nas entrelinhas, nos detalhes subjetivos e objetivos, e de tentar entender o que se passa na alma dos atletas. Treinadores e todos os que trabalham no esporte não podem querer ser também mais importantes que o futebol, mais reais que a realidade, mais sábios que a sabedoria.
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