Por Miriam Goldenberg - Folha de SP
Na minha pesquisa sobre envelhecimento, muitas entrevistadas acusaram determinadas mulheres de serem coroas periguetes.
Periguete (junção das palavras perigosa e girl) é, no verbete de um dicionário, "uma mulher namoradeira, sexualmente vulgar e escandalosa, que normalmente adora perseguir homens de todos os tipos".
Ser uma coroa periguete não é uma identidade, é uma categoria de acusação, um estigma que algumas mulheres mais velhas carregam como consequência do modo de se vestir e do comportamento considerado ridículo.
A coroa periguete não é uma mulher invisível, muito pelo contrário. Ela não aceita o imperativo: "seja uma velha; comporte-se como uma velha". Ela contesta, com suas escolhas e atitudes ousadas, a lógica da dominação masculina que exige que as mulheres mais velhas sejam discretas, apagadas e invisíveis.
Ao mesmo tempo que a coroa periguete questiona os comportamentos femininos mais amplamente aceitos, ela também pode provocar inveja por não se submeter ao que é socialmente esperado para as mulheres. Mesmo que de forma inconsciente, ela combate, com sua ética e estética, os preconceitos e os tabus relacionados ao corpo, à afetividade e à sexualidade das mulheres mais velhas.
O perigo das coroas periguetes parece residir na sua ambiguidade. Elas são condenadas por serem consideradas vulgares, ridículas e exageradas, mas também são invejadas (e imitadas) por serem mais poderosas, corajosas, ousadas, alegres, atraentes, sedutoras e livres.
Acredito que as mulheres acusadas de serem periguetes assinariam o meu 'Manifesto das Coroas Poderosas', onde defendo que: "A coroa poderosa quer namorar com quem ela bem entender (não importa a idade), fazer amor quando quiser e beijar muito na boca. Ou pode não querer mais nada disso. Quer vestir a roupa de que mais gosta, mesmo que seja considerada velha para usar minissaia e biquíni.
Ela quer "ser ela mesma", mostrar o corpo sem vergonha das imperfeições e sem buscar a aprovação dos outros. Coroas poderosas unidas jamais serão vencidas! Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais!".
Você conhece mulheres mais velhas que, apesar do medo de serem consideradas velhas ridículas, adorariam ser coroas poderosas?
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Na minha pesquisa sobre envelhecimento, muitas entrevistadas acusaram determinadas mulheres de serem coroas periguetes.
Periguete (junção das palavras perigosa e girl) é, no verbete de um dicionário, "uma mulher namoradeira, sexualmente vulgar e escandalosa, que normalmente adora perseguir homens de todos os tipos".
Ser uma coroa periguete não é uma identidade, é uma categoria de acusação, um estigma que algumas mulheres mais velhas carregam como consequência do modo de se vestir e do comportamento considerado ridículo.
A coroa periguete não é uma mulher invisível, muito pelo contrário. Ela não aceita o imperativo: "seja uma velha; comporte-se como uma velha". Ela contesta, com suas escolhas e atitudes ousadas, a lógica da dominação masculina que exige que as mulheres mais velhas sejam discretas, apagadas e invisíveis.
Ao mesmo tempo que a coroa periguete questiona os comportamentos femininos mais amplamente aceitos, ela também pode provocar inveja por não se submeter ao que é socialmente esperado para as mulheres. Mesmo que de forma inconsciente, ela combate, com sua ética e estética, os preconceitos e os tabus relacionados ao corpo, à afetividade e à sexualidade das mulheres mais velhas.
O perigo das coroas periguetes parece residir na sua ambiguidade. Elas são condenadas por serem consideradas vulgares, ridículas e exageradas, mas também são invejadas (e imitadas) por serem mais poderosas, corajosas, ousadas, alegres, atraentes, sedutoras e livres.
Acredito que as mulheres acusadas de serem periguetes assinariam o meu 'Manifesto das Coroas Poderosas', onde defendo que: "A coroa poderosa quer namorar com quem ela bem entender (não importa a idade), fazer amor quando quiser e beijar muito na boca. Ou pode não querer mais nada disso. Quer vestir a roupa de que mais gosta, mesmo que seja considerada velha para usar minissaia e biquíni.
Ela quer "ser ela mesma", mostrar o corpo sem vergonha das imperfeições e sem buscar a aprovação dos outros. Coroas poderosas unidas jamais serão vencidas! Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais!".
Você conhece mulheres mais velhas que, apesar do medo de serem consideradas velhas ridículas, adorariam ser coroas poderosas?
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