Por Cardeal Orani Tempesta
Existe uma tradição antiga em nossa Arquidiocese da “santificação do matrimônio”, ou seja, a celebração do matrimônio com os casais que estão apenas unidos pelo civil, ou mesmo sem nenhuma união, a não ser a de fato. No ano passado tivemos quase três centenas de casais que celebraram, em nossa catedral, este rito. Isso despertou um interesse maior, de tal maneira em todas as paróquias da Arquidiocese, se multiplicaram celebrações semelhantes durante o ano.
No entanto, prosseguindo com a tradição iniciada, tivemos também neste ano, em nossa Catedral, dentro do contexto do tempo do Advento, a celebração do matrimônio com dezenas de casais que já convivem juntos e que ainda não tinham recebido o Sacramento do Matrimônio.
Como neste ano, iniciando no mês de outubro, além do Ano Mariano (nacional), vivemos também o Ano da Família (arquidiocesano), a celebração se colocou dentro dessa perspectiva da Igreja em saída, que busca os seus filhos para proporcionar situações de santificação.
Nosso agradecimento a toda equipe da catedral metropolitana, coordenada pelo hoje nomeado bispo auxiliar de nossa Arquidiocese, Mons. Joel Portella Amado, pela preparação desta celebração. Um agradecimento especial a todos os párocos em suas paróquias e aos vigários episcopais nos Vicariatos pela preparação desses casais. Uma menção especial aos Diáconos Permanentes que nos ajudaram a realizar a celebração. Deus dá a vocação ao matrimônio, fruto do amor esponsal, aos batizados que se dão e se recebem em matrimônio sacramental.
Numa sociedade tão confusa e violenta como a nossa, a vocação ao matrimônio deve ser viva escolha de perdão, de reconciliação, de doação para experimentar na comunhão de vida entre o homem e a mulher o amor de Deus aberto para a constituição da prole. Um casal que recebe a bênção de Deus e da Igreja contagia com o seu testemunho a sociedade pelos seus valores cristãos. Por isso, não cansarei de louvar e bendizer a Deus a beleza sacramental do matrimônio e a importância da família que quer viver a genuína vocação matrimonial de transmissores da fé na Igreja Doméstica.
Em tempos de tanta propaganda contra a Família e contra a vida, celebrar um momento como este é um grito no deserto que anuncia a possibilidade de tempos novos em nossa sociedade. Oportunidade de florescer famílias cristãs que caminhem conformando a vontade da pessoa com o plano de Deus.
O Papa Francisco, num encontro com os noivos que se preparavam para o matrimônio, explicou a beleza da família: “A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de esperança e de apoio. Do mesmo modo como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também no caso do amor que funda a família, desejamos que ele seja estável e para sempre. Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela «cultura do provisório»! Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura do provisório. Não pode ser assim! Contudo, como se cura este medo do «para sempre»? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos noivos, o «para sempre» não é apenas um problema de duração! Um matrimônio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vo-lo vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos. Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje». Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje», porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente. E a oração: podemos fazer a prova para saber se sabemos recitá-la? «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje». Todos juntos! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Mais uma vez! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! “Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será «para sempre», ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades”. (Praça de São Pedro, 14 de fevereiro de 2014).
Alegrei-me, sobremaneira, com o testemunho dos casais que naquele sábado receberam a bênção sacramental da Igreja. Que Deus abençoe a vida familiar e cristã de cada um deles. Que eles possam testemunhar que a vida familiar vale a pena, e como família genuinamente cristã deem testemunho da vitalidade familiar na sua participação nas comunidades, em suas capelas, nas suas paróquias. Nestes dias, tive a alegria de encontrar um casal que celebrou o matrimônio no ano passado e que veio partilhar suas alegrias e seu testemunho.
Eu elevei a Deus uma prece muito especial para que estes novos casais possam ensinar seus filhos os valores do Evangelho, que possam rezar juntos, em família, Igreja doméstica, incutindo no coração de cada um dos seus filhos a beleza do amor de Deus nos seus corações. Os esposos cristãos participam, como esposos, da missão da Mãe Igreja! Por isso é urgente ter coragem para amar-se, assim como Cristo ama a Igreja.
Acreditar e valorizar a vida matrimonial é investir em uma sociedade que precisa aprender a redescobrir o valor irrenunciável do matrimônio sacramental e a riqueza que o casamento traz na vida de cada um dos cônjuges. Ao celebrar as bodas de prata ou de ouro de matrimônio (tive um neste final de semana), faço questão de agradecer pelo dom do testemunho e de perseverança do casal. Enfrentaram as dificuldades e estão firmes no compromisso que um dia contraíram.
O matrimônio sacramental é um eloquente testemunho de um amor que seja entrega total! Por isso, Jesus disse que “De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Essa é a realidade, o desejo original de Deus, que não se separe o que Deus uniu. O Sacramento do Matrimônio é um eloquente e singular ato de fé e de amor, e testemunha a coragem de acreditar na beleza do ato criador de Deus e de viver aquele amor que leva a ir sempre além de si mesmo.
Ao cumprimentar aqueles casais que receberam a bênção da Igreja, quero relembrar a todos os fiéis que a Igreja não cansará de dizer que o Sacramento do Matrimônio é o grande dom porque o matrimônio é um grande mistério. Que os nossos casais possam ser transmissores nas suas famílias e luzeiros da fraternidade, do amor de Deus, na aliança de uma única vida, alicerçada na perseverança da fé católica e no crescimento do testemunho cristão. Na vida a dois, a ternura do amor gera o apogeu da felicidade, em que dois corações batem forte, se entrelaçando para a superação dos percalços indesejados. O equilíbrio do amor promove a prática justiça e bondade, da cooperação e do senso de dever. No casamento sacramental, as pequenas coisas são as grandes coisas. Para um casamento dar certo e ser durável, também deve se levar em conta a origem das partes, vindo de famílias bem estruturadas, com grande amor e diálogo.
Que estes casais sejam testemunhas do amor e do diálogo de Deus e da Igreja neste mundo. Que sejam felizes até que a morte os separe!
Existe uma tradição antiga em nossa Arquidiocese da “santificação do matrimônio”, ou seja, a celebração do matrimônio com os casais que estão apenas unidos pelo civil, ou mesmo sem nenhuma união, a não ser a de fato. No ano passado tivemos quase três centenas de casais que celebraram, em nossa catedral, este rito. Isso despertou um interesse maior, de tal maneira em todas as paróquias da Arquidiocese, se multiplicaram celebrações semelhantes durante o ano.
No entanto, prosseguindo com a tradição iniciada, tivemos também neste ano, em nossa Catedral, dentro do contexto do tempo do Advento, a celebração do matrimônio com dezenas de casais que já convivem juntos e que ainda não tinham recebido o Sacramento do Matrimônio.
Como neste ano, iniciando no mês de outubro, além do Ano Mariano (nacional), vivemos também o Ano da Família (arquidiocesano), a celebração se colocou dentro dessa perspectiva da Igreja em saída, que busca os seus filhos para proporcionar situações de santificação.
Nosso agradecimento a toda equipe da catedral metropolitana, coordenada pelo hoje nomeado bispo auxiliar de nossa Arquidiocese, Mons. Joel Portella Amado, pela preparação desta celebração. Um agradecimento especial a todos os párocos em suas paróquias e aos vigários episcopais nos Vicariatos pela preparação desses casais. Uma menção especial aos Diáconos Permanentes que nos ajudaram a realizar a celebração. Deus dá a vocação ao matrimônio, fruto do amor esponsal, aos batizados que se dão e se recebem em matrimônio sacramental.
Numa sociedade tão confusa e violenta como a nossa, a vocação ao matrimônio deve ser viva escolha de perdão, de reconciliação, de doação para experimentar na comunhão de vida entre o homem e a mulher o amor de Deus aberto para a constituição da prole. Um casal que recebe a bênção de Deus e da Igreja contagia com o seu testemunho a sociedade pelos seus valores cristãos. Por isso, não cansarei de louvar e bendizer a Deus a beleza sacramental do matrimônio e a importância da família que quer viver a genuína vocação matrimonial de transmissores da fé na Igreja Doméstica.
Em tempos de tanta propaganda contra a Família e contra a vida, celebrar um momento como este é um grito no deserto que anuncia a possibilidade de tempos novos em nossa sociedade. Oportunidade de florescer famílias cristãs que caminhem conformando a vontade da pessoa com o plano de Deus.
O Papa Francisco, num encontro com os noivos que se preparavam para o matrimônio, explicou a beleza da família: “A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de esperança e de apoio. Do mesmo modo como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também no caso do amor que funda a família, desejamos que ele seja estável e para sempre. Por favor, não devemos deixar-nos dominar pela «cultura do provisório»! Esta cultura que hoje invade todos nós, esta cultura do provisório. Não pode ser assim! Contudo, como se cura este medo do «para sempre»? Cura-se dia após dia, confiando-se ao Senhor Jesus numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de pequenos passos, de passos de crescimento comum, feito de compromisso a tornarmo-nos mulheres e homens maduros na fé. Porque, queridos noivos, o «para sempre» não é apenas um problema de duração! Um matrimônio não é bem sucedido unicamente quando dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar-se para sempre, eis no que consiste o desafio dos esposos cristãos. Vem ao meu pensamento o milagre da multiplicação dos pães: também para vós, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e conceder-vo-lo vigoroso e bom todos os dias. Ele possui uma reserva infinita de amor! E oferece-vos o amor que está no fundamento da vossa união, enquanto o renova todos os dias, fortalecendo-o. Além disso, torna-o ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho é importante, é sempre necessária a oração. Ele por ela, ela por ele, e ambos juntos. Pedi a Jesus que multiplique o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje». Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje», porque o amor quotidiano dos esposos é o pão, o verdadeiro pão da alma, o pão que os sustenta a fim de que possam ir em frente. E a oração: podemos fazer a prova para saber se sabemos recitá-la? «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje». Todos juntos! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Mais uma vez! [noivos: «Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje»]. Esta é a prece dos namorados e dos esposos. Ensinai-nos a amar-nos, a querer o bem um do outro! “Quanto mais vos confiardes a Ele, tanto mais o vosso amor será «para sempre», ou seja, capaz de se renovar, superando assim todas as dificuldades”. (Praça de São Pedro, 14 de fevereiro de 2014).
Alegrei-me, sobremaneira, com o testemunho dos casais que naquele sábado receberam a bênção sacramental da Igreja. Que Deus abençoe a vida familiar e cristã de cada um deles. Que eles possam testemunhar que a vida familiar vale a pena, e como família genuinamente cristã deem testemunho da vitalidade familiar na sua participação nas comunidades, em suas capelas, nas suas paróquias. Nestes dias, tive a alegria de encontrar um casal que celebrou o matrimônio no ano passado e que veio partilhar suas alegrias e seu testemunho.
Eu elevei a Deus uma prece muito especial para que estes novos casais possam ensinar seus filhos os valores do Evangelho, que possam rezar juntos, em família, Igreja doméstica, incutindo no coração de cada um dos seus filhos a beleza do amor de Deus nos seus corações. Os esposos cristãos participam, como esposos, da missão da Mãe Igreja! Por isso é urgente ter coragem para amar-se, assim como Cristo ama a Igreja.
Acreditar e valorizar a vida matrimonial é investir em uma sociedade que precisa aprender a redescobrir o valor irrenunciável do matrimônio sacramental e a riqueza que o casamento traz na vida de cada um dos cônjuges. Ao celebrar as bodas de prata ou de ouro de matrimônio (tive um neste final de semana), faço questão de agradecer pelo dom do testemunho e de perseverança do casal. Enfrentaram as dificuldades e estão firmes no compromisso que um dia contraíram.
O matrimônio sacramental é um eloquente testemunho de um amor que seja entrega total! Por isso, Jesus disse que “De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Essa é a realidade, o desejo original de Deus, que não se separe o que Deus uniu. O Sacramento do Matrimônio é um eloquente e singular ato de fé e de amor, e testemunha a coragem de acreditar na beleza do ato criador de Deus e de viver aquele amor que leva a ir sempre além de si mesmo.
Ao cumprimentar aqueles casais que receberam a bênção da Igreja, quero relembrar a todos os fiéis que a Igreja não cansará de dizer que o Sacramento do Matrimônio é o grande dom porque o matrimônio é um grande mistério. Que os nossos casais possam ser transmissores nas suas famílias e luzeiros da fraternidade, do amor de Deus, na aliança de uma única vida, alicerçada na perseverança da fé católica e no crescimento do testemunho cristão. Na vida a dois, a ternura do amor gera o apogeu da felicidade, em que dois corações batem forte, se entrelaçando para a superação dos percalços indesejados. O equilíbrio do amor promove a prática justiça e bondade, da cooperação e do senso de dever. No casamento sacramental, as pequenas coisas são as grandes coisas. Para um casamento dar certo e ser durável, também deve se levar em conta a origem das partes, vindo de famílias bem estruturadas, com grande amor e diálogo.
Que estes casais sejam testemunhas do amor e do diálogo de Deus e da Igreja neste mundo. Que sejam felizes até que a morte os separe!
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