Por Jorge Oliveira, jornalista - Diário do Poder
O fundamentalista Rui Falcão chamou de “heróis do povo” os
presidiários Zé Dirceu e João Vaccari Neto, dois petistas notórios da
organização criminosa chefiada por Dilma e Lula, segundo as
investigações da Lava Jato. “Quero prestar solidariedade aos nossos
companheiros perseguidos e injustiçados, não só ao Zé Dirceu, mas também
a João Vaccari Neto”. Pois é, cada um tem o herói que merece, que pode
levar para casa e acabar de criar. Mas, por favor, não fale em nome do
povo e não meta o povo no meio dessa corja ensandecida que se
especializou em roubar o dinheiro desse mesmo povo, que a petezada ainda
faz de joguete para os seus interesses eleitorais.
Falcão vai deixou a presidência do PT. Falou pelo partido no 6º
Congresso Nacional em Brasília. Aproveitou para reutilizar antigas e
manjadas palavras de ordem quando acusa a Lava Jato de ser um “mecanismo
de exceção” para beneficiar empresários corruptos. O mundo mudou, mas
Falcão recorre ao seu baú para resgatar palavras que ainda continuam no
dicionário ideológico dos fundamentalistas que não avançaram no tempo.
Olha que preciosidade de Falcão: “É preciso nos voltarmos contra os
mecanismos de exceção, que também estão na Lava Jato. A pretexto de
combater a corrupção, beneficiam corruptos que vão para o exterior e
colocam nossos companheiros na prisão”. Entendeu bem o discurso do
Falcão? Parece que está no mundo da lua, ouvindo os discos de vinil da
Celly Campelo (“Banho de Lua”) e de Renato e seus Blue Caps (“Feche os
Olhos”).
Mas os elogios aos “mártires” petistas não se reservaram apenas ao
discurso biruta do fundamentalista-chefe da receita lulista. Ele foi
mais longe. Dedicou o painel do PT que enfeitou o congresso aos
presidiários do partido. Lá estavam, lado a lado, Zé Dirceu e Vaccari
disputando espaço entre as fotos de Lula e Dilma. Sabe por que Falcão
continua a prestigiar o ex-tesoureiro do partido? Porque ele ainda não
abriu o bico. Prefere amargar sozinho os dias dentro do presídio a
entregar os chefes da organização criminosa.
Falcão não mencionou o nome de Palocci em nenhum momento. Treme
quando ouve falar no ex-ministro da Fazenda. Tem a certeza de que a
deleção do homem que conduziu as finanças ilegais das campanhas de Lula e
Dilma derruba a casa deles e esvazia a presunção de Lula de que é mais
honesto do que “Cristo”, como disse em uma de suas bravatas regada a
goles de uma boa cana.
O presidente do PT deixa o cargo e um rastro de corrupção nunca visto
dentro de um partido político. Durante o tempo em que lá permaneceu foi
fiel aos companheiros militantes, principalmente aqueles como Zé Dirceu
e Vaccari que continuam em silêncio para proteger os outros integrantes
da gang da organização criminosa. Por isso foram homenageados como
“heróis do povo”. Se tivessem dedurado, teriam sido execrados como foram
outros membros do partido que não suportaram a pressão dos
interrogatórios e o abandono a que foram relegados pelos líderes quando
foram presos.
É assim mesmo. Enquanto os presidiários petistas acharem que Lula
ainda tem chances de se eleger vão continuar de bico fechado. Se a casa
desmoronar, será um Deus nos acuda. A percepção de que os alicerces
ruíram já foi detectada por Palocci que não quer mofar na cadeia
enquanto seus asseclas gozam de liberdade vigiada. Por isso começou a
entregar o Lula, empresários e banqueiros que criaram um pacto
indissolúvel para dilapidar o patrimônio dos brasileiros com empréstimos
fraudulentos e manipulados nos bancos estatais.
Fora da presidência do partido, Falcão não perde por esperar até
Palocci abrir o bico. Aí sim, o povo, mais uma vez, vai conhecer os seus
verdadeiros heróis – os investigadores da Lava Jato.
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