Editorial - Folha de SP
A Amazônia teve seu momento de celebração na surpreendente e ecologicamente correta cerimônia de abertura dos Jogos Rio-2016, que também privilegiou o aquecimento global. Ambientalistas comemoraram o destaque, ainda mais porque, nem todos sabem, a região vive um momento difícil.
A floresta pluvial amazônica fica particularmente vulnerável —e também a caatinga nordestina— em tempos de El Niño, como o verificado em 2015-2016. A precipitação cai de maneira acentuada nos dois biomas, mas só a vegetação do segundo conta com alguma adaptação à falta de chuvas.
Na Amazônia, a estiagem castiga a floresta, que se torna mais propensa a pegar fogo. Os grandes rios definham, pondo em risco os organismos na cadeia alimentar que dependem de seu caudal e dos pulsos de cheia e vazante.
Os efeitos da temporada de El Niño, mesmo encerrada, ainda se fazem sentir de forma desastrosa —em particular no Acre. O deficit hídrico no Estado começou em março, ainda na época chuvosa.
Em junho, caíram 2 mm de chuva, contra média histórica de 48 mm no mês e 57,5 mm em junho de 2015. O rio Acre, que abastece Rio Branco, despencou para o nível de 1,36 m, batendo o recorde anterior de 1,51 m (2011) –e só deve voltar a chover forte em setembro.
Com a floresta ressequida na Amazônia toda, mas também com a demora em pôr em prática as restrições previstas no Código Florestal reformado em 2012, adensam-se os sinais de que o desmatamento e a degradação florestal estão a avançar na região. Mesmo antes da estação seca, que se inicia agora, o número de queimadas disparou.
Até quarta-feira (8) os satélites registraram 12.844 focos de calor em Mato Grosso, 5.724 no Pará e 3.621 no Amazonas. No país inteiro foram 59.434 pontos detectados, 57% mais que no mesmo período de 2015 e a cifra mais alta em sete anos para o intervalo. E os meses mais secos apenas começaram.
Em junho, a organização não governamental Imazon registrou 972 km2 de desmatamento na Amazônia. O último dado do Deter, sistema de alerta do governo federal, se refere a maio e apontava 436 km2 (valor próximo dos 474 km2 então apurados pelo Imazon). São valores altos para o período.
A taxa anual medida pelo sistema Prodes (mais preciso que o Deter) ficou acima de 5.000 km2 nos últimos três anos, após despencar de 27.777 km2 (2004) para 4.571 km2 (2012) —indicando que estacionou em patamar ainda alto. Com El Niño e suas sequelas, surge no horizonte novo alerta amazônico.
A floresta pluvial amazônica fica particularmente vulnerável —e também a caatinga nordestina— em tempos de El Niño, como o verificado em 2015-2016. A precipitação cai de maneira acentuada nos dois biomas, mas só a vegetação do segundo conta com alguma adaptação à falta de chuvas.
Na Amazônia, a estiagem castiga a floresta, que se torna mais propensa a pegar fogo. Os grandes rios definham, pondo em risco os organismos na cadeia alimentar que dependem de seu caudal e dos pulsos de cheia e vazante.
Os efeitos da temporada de El Niño, mesmo encerrada, ainda se fazem sentir de forma desastrosa —em particular no Acre. O deficit hídrico no Estado começou em março, ainda na época chuvosa.
Em junho, caíram 2 mm de chuva, contra média histórica de 48 mm no mês e 57,5 mm em junho de 2015. O rio Acre, que abastece Rio Branco, despencou para o nível de 1,36 m, batendo o recorde anterior de 1,51 m (2011) –e só deve voltar a chover forte em setembro.
Com a floresta ressequida na Amazônia toda, mas também com a demora em pôr em prática as restrições previstas no Código Florestal reformado em 2012, adensam-se os sinais de que o desmatamento e a degradação florestal estão a avançar na região. Mesmo antes da estação seca, que se inicia agora, o número de queimadas disparou.
Até quarta-feira (8) os satélites registraram 12.844 focos de calor em Mato Grosso, 5.724 no Pará e 3.621 no Amazonas. No país inteiro foram 59.434 pontos detectados, 57% mais que no mesmo período de 2015 e a cifra mais alta em sete anos para o intervalo. E os meses mais secos apenas começaram.
Em junho, a organização não governamental Imazon registrou 972 km2 de desmatamento na Amazônia. O último dado do Deter, sistema de alerta do governo federal, se refere a maio e apontava 436 km2 (valor próximo dos 474 km2 então apurados pelo Imazon). São valores altos para o período.
A taxa anual medida pelo sistema Prodes (mais preciso que o Deter) ficou acima de 5.000 km2 nos últimos três anos, após despencar de 27.777 km2 (2004) para 4.571 km2 (2012) —indicando que estacionou em patamar ainda alto. Com El Niño e suas sequelas, surge no horizonte novo alerta amazônico.
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