Em um discurso inflamado para tentar acalmar os ânimos dos senadores, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acabou se envolvendo em uma polêmica ao dizer que ele próprio conseguiu junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) desfazer o indiciamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
"Ontem, a Senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o País que o Senado Federal não tinha moral para julgar a Presidente da República. Como a senadora pode fazer uma declaração dessa, exatamente uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo", afirmou.
A fala gerou forte reação entre os senadores, o que levou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, responsável por comandar o processo, a antecipar o intervalo para o almoço.
De acordo com senadores próximos ao peemedebista, ele se referiu ao pedido formal que o Senado fez ao STF para que as apreensões feitas no apartamento funcional da senadora quando Paulo Bernardo foi preso, em junho, para elas não fossem usadas como provas no processo.
De acordo com senadores que estavam perto de Renan, ele já estava praticamente terminando sua fala mas voltou ao microfone, em tom mais inflamado, depois de ouvir provocações feitas por Gleisi, que o teria chamado de "mentiroso" e "canalha". "Ela disse coisas até impublicáveis", disse o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE).
Antes de entrar na polêmica, Renan desceu ao centro do plenário para tentar apaziguar os ânimos dos senadores que se exaltaram com mais uma briga entre Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ). A Lewandowski, o peemedebista afirmou que o magistrado "está sendo obrigado a presidir o julgamento em um hospício".
"O Senado está perdendo uma oportunidade de se afirmar perante o país como uma instituição verdadeiramente representativa da sociedade", afirmou Renan. "Nós não podemos apresentar esse espetáculo à sociedade."
Ele criticou o uso das palavras de ordem pelos senadores e fez um apelo para que "cumpra-se o regimento, a lei, a Constituição".
"Os senadores terão oportunidade para falar depois de ouvirmos testemunhas, cada um falará por até dez minutos. Antes disso, temos que ouvir, ouvir, ouvir. Temos dois ouvidos para ouvir", declarou. "Eu fico muito triste porque essa sessão é sobretudo uma demonstração de que a burrice é infinita", conclui.
BRIGA - Em nova discussão, Lindbergh pediu a palavra para reclamar de uma intervenção de Caiado, quando o chamou de "desqualificado". Lewandowski interveio e afirmou que o senador não poderia falar dessa forma. Caiado protestou fora do microfone, o que levou o ministro a suspender a sessão.
Neste momento, os dois começaram a trocar acusações. Caiado disse que Lindbergh tem mais de 30 processos no STF e uma "cracolândia" em seu gabinete. Em resposta, o petista respondeu: "Cachoeira sabe da sua vida", em alusão ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, que atuava em Goiás e foi preso por esquemas de corrupção.
OUTRO LADO - Conforme nota divulgada após a polêmica gerada por sua fala, Renan se referiu "a duas petições protocoladas pela Mesa Diretora" no STF. "Trata-se de manifestação pública e institucional decorrente da operação de busca e apreensão realizada no imóvel funcional ocupado pela senadora Gleisi Hoffmann e do indiciamento da senadora pela Polícia Federal".
Ainda no texto divulgado, Renan reiterou "a isenção com a qual conduziu todo o processo", aproveitando ainda para lamentar o que chamou de "provocações em plenário".
Para Gleisi, Renan estava nervoso e acabou dizendo o que não devia. Ela mencionou justamente as duas petições citadas pelo presidente do Senado em sua justificativa. Negou, contudo, que o tenha provocado durante a intervenção do peemedebista, como relataram senadores que estavam próximos aos dois.
"Ele levantou se propondo a fazer uma fala para acalmar. Ai chama aqui de hospício. Eu levantei e disse pra ele que a fala tinha sido ruim. Ele ficou irritado. Depois eu disse "isso é mentira". Acabei de ver as imagens novamente, porque às vezes no calor do momento... Acho que ele também está nervoso. Mas tem que entender que estamos numa disputa política aqui, uma disputa de narrativa", afirmou a petista.
Sobre suas afirmações de que o Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma, Gleisi disse que as reitera, mas explicou: "Não digo que o Senado não tem moral. Porque uma parte grande dos senadores estão respondendo a processo. Inclusive eu, eu me incluo nisso. Segundo, tem muitos outros senadores que também respondem a processos em seus governos".
"Ontem, a Senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o País que o Senado Federal não tinha moral para julgar a Presidente da República. Como a senadora pode fazer uma declaração dessa, exatamente uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo", afirmou.
A fala gerou forte reação entre os senadores, o que levou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, responsável por comandar o processo, a antecipar o intervalo para o almoço.
De acordo com senadores próximos ao peemedebista, ele se referiu ao pedido formal que o Senado fez ao STF para que as apreensões feitas no apartamento funcional da senadora quando Paulo Bernardo foi preso, em junho, para elas não fossem usadas como provas no processo.
De acordo com senadores que estavam perto de Renan, ele já estava praticamente terminando sua fala mas voltou ao microfone, em tom mais inflamado, depois de ouvir provocações feitas por Gleisi, que o teria chamado de "mentiroso" e "canalha". "Ela disse coisas até impublicáveis", disse o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE).
Antes de entrar na polêmica, Renan desceu ao centro do plenário para tentar apaziguar os ânimos dos senadores que se exaltaram com mais uma briga entre Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ). A Lewandowski, o peemedebista afirmou que o magistrado "está sendo obrigado a presidir o julgamento em um hospício".
"O Senado está perdendo uma oportunidade de se afirmar perante o país como uma instituição verdadeiramente representativa da sociedade", afirmou Renan. "Nós não podemos apresentar esse espetáculo à sociedade."
Ele criticou o uso das palavras de ordem pelos senadores e fez um apelo para que "cumpra-se o regimento, a lei, a Constituição".
"Os senadores terão oportunidade para falar depois de ouvirmos testemunhas, cada um falará por até dez minutos. Antes disso, temos que ouvir, ouvir, ouvir. Temos dois ouvidos para ouvir", declarou. "Eu fico muito triste porque essa sessão é sobretudo uma demonstração de que a burrice é infinita", conclui.
BRIGA - Em nova discussão, Lindbergh pediu a palavra para reclamar de uma intervenção de Caiado, quando o chamou de "desqualificado". Lewandowski interveio e afirmou que o senador não poderia falar dessa forma. Caiado protestou fora do microfone, o que levou o ministro a suspender a sessão.
Neste momento, os dois começaram a trocar acusações. Caiado disse que Lindbergh tem mais de 30 processos no STF e uma "cracolândia" em seu gabinete. Em resposta, o petista respondeu: "Cachoeira sabe da sua vida", em alusão ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, que atuava em Goiás e foi preso por esquemas de corrupção.
OUTRO LADO - Conforme nota divulgada após a polêmica gerada por sua fala, Renan se referiu "a duas petições protocoladas pela Mesa Diretora" no STF. "Trata-se de manifestação pública e institucional decorrente da operação de busca e apreensão realizada no imóvel funcional ocupado pela senadora Gleisi Hoffmann e do indiciamento da senadora pela Polícia Federal".
Ainda no texto divulgado, Renan reiterou "a isenção com a qual conduziu todo o processo", aproveitando ainda para lamentar o que chamou de "provocações em plenário".
Para Gleisi, Renan estava nervoso e acabou dizendo o que não devia. Ela mencionou justamente as duas petições citadas pelo presidente do Senado em sua justificativa. Negou, contudo, que o tenha provocado durante a intervenção do peemedebista, como relataram senadores que estavam próximos aos dois.
"Ele levantou se propondo a fazer uma fala para acalmar. Ai chama aqui de hospício. Eu levantei e disse pra ele que a fala tinha sido ruim. Ele ficou irritado. Depois eu disse "isso é mentira". Acabei de ver as imagens novamente, porque às vezes no calor do momento... Acho que ele também está nervoso. Mas tem que entender que estamos numa disputa política aqui, uma disputa de narrativa", afirmou a petista.
Sobre suas afirmações de que o Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma, Gleisi disse que as reitera, mas explicou: "Não digo que o Senado não tem moral. Porque uma parte grande dos senadores estão respondendo a processo. Inclusive eu, eu me incluo nisso. Segundo, tem muitos outros senadores que também respondem a processos em seus governos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário