Estado – Hoje, quase 28 anos depois de sua promulgação, qual é asua visão sobre a Constituição de 1988?
Nelson Jobim – A Constituição avançou
enormemente no que diz respeito aos direitos e garantias individuais. A
Constituição foi importante no que diz respeito à atribuição de mais
competência aos municípios e aos estados. Os tributos ficaram bem
divididos na Constituição. Em relação ao que se considera como pacto
federativo – que eu não considero pacto federativo, porque não houve
pacto nenhum, mas decisões sobre o assunto – o problema foi que nós
criamos as contribuições com uma natureza tributária. A partir do
governo Fernando Henrique, com o Malan (o ex-ministro da Fazenda, Pedro
Malan) e com o problema fiscal pós-real, que sugiu com a queda da
inflação, o governo começou a aumentar o valor das contribuições e
congelou os impostos. Os impostos eram distribuíveis, integravam o Fundo
de Participação dos estados e municípios, mas as contribuições, não.
Então, a receita pública global aumentou, mas a participação dos estados
e municípios diminuiu, porque ficou restrita aos impostos. Isso se
tornou um problema, mas um problema de operação por parte do Poder
Executivo da época – e se mantém até hoje.
Estado – Muita gente diz que um dos
principais problemas da Constituição de 1988 é que ela foi elaborada
para o regime parlamentarista, mas no final o plenário da Constituinte
aprovou o regime presidencialista, deixando a Constituição no meio do
caminho, meio híbrida. O senhor concorda com essa avaliação?
Jobim – Hoje todo mundo repete isso como se
fosse verdadeiro, mas não é. A Comissão de Sistematização aprovou um
texto parlamentarista. Quando ele foi para o plenário, houve uma emenda
do senador Humberto Lucena, do PMDB, junto com o Vivaldo Barbosa, do
PDT, e mais um grupo de presidencialistas. Eles ofereceram uma emenda
completa, mudando todo o sistema. Então essa história não tem nada a
ver. Na Constituição, o capítulo das garantias e direitos individuais
não tinha nada a ver com o parlamentarismo ou com o presidencialismo. O
sistema tributário também não. O sistema econômico e a Previdência,
idem. Nada disso foi alterado. Ficou aquela coisa da mudança do
parlamentarismo para o presidencialismo, mas neste capítulo a
Constituição foi mudada integralmente, com a aprovação da emenda do
Humberto Lucena. Essa emenda presidencialista incorporava inclusive a
Medida Provisória, que é originária do parlamentarismo.
Estado – Se a Medida Provisória é um expediente típico do parlamentarismo, faz sentido adotá-la no sistema presidencialista?
Jobim – Se isso fosse verdadeiro, o
decreto-lei seria um dispositivo parlamentarista? Não. A diferença entre
a Medida Provisória, que nós aprovamos em 1988, e o decreto-lei é que,
se a Medida Provisória perdesse efeito, se não fosse votada, ela caia
desde a data de sua edição. O decreto-lei, se votado ou não,
transformava-se em lei. Em países presidencialistas há esse tipo de
expediente. Evidentemente que, depois, com o uso, houve distorções. Mas o
fato é que a Medida Provisória se destina a casos de urgência e
relevância, que ocorrem tanto no parlamentarismo como no
presidencialismo. A única diferença é de que, se não for aprovada uma
Medida Provisória, o governo não cai, porque o regime é
presidencialista. No sistema parlamentarista, se não for aprovado um ato
de urgência, é o início da queda do governo. Recentemente, houve uma
mudança para restringir o uso de Medida Provisória no Brasil. Foi
proibida a reedição, porque antes era só prorrogar o prazo que ela
continuava válida. Foi um remendo, mas tudo bem. Agora, não tem nada a
ver uma coisa com a outra.
Estado – Que pontos o senhor mudaria hoje na Constituição?
Jobim – No Governo Fernando Henrique, quando
houve aquela revisão constitucional, em 1995, eu fui relator. Naquele
momento, nós fizemos todos os textos para reformar a Constituição.
Daquilo foi aprovado só alguma coisinha. Naquela época, nós fomos
examinar o assunto e o que ocorreu com a Constituição de 1988 foi o
seguinte: era muito mais fácil aprovar texto na Constituição do que uma
lei. Para aprovação de um texto constitucional, precisava de duas
sessões, numa sessão unicameral, por maioria absoluta. Para aprovar uma
lei, além das restrições de origem, porque algumas são de competência
exclusiva do presidente da República e dos outros Poderes, é preciso
aprovar na Câmara por maioria absoluta ou simples, se for lei
complementar. Depois, vai para o Senado, tem de aprovar no Senado. Se
for aprovada no Senado, vai para presidente da República. Ele veta. Para
rejeição do veto, precisa de maioria de 2/3. Então, era muito mais
fácil aprovar um texto constitucional. A tendência naquele momento, em
que havia uma desconfiança em relação ao regime militar, foi enfiar todo
tipo de coisa dentro da Constituição. O (jurista) Miguel Reale Júnior
dizia que “a Constituinte servia da tanga à toga”, ou seja, era do
interesse de todo mundo. Naquela época, eu entendi o que o pessoal
chamava de sociedade civil. Eram grupos organizados, que queriam
defender seus interesses ou congelar seus interesses na apreensão do
Estado.
Estado –Como essa inclusão de matérias que nada tinham a ver com a Constituição afetou o País?
Jobim – O que aconteceu foi que você
aumentou enormemente a constitucionalização de matérias. Com isso,
aumentou substancialmente o poder do Supremo Tribunal. As ações diretas
de inconstitucionalidade se multiplicaram. A partir de 1988, teve outro
problema que contribuiu para isso. O Parlamento deixou de ter
consistência, com posições claras, em decorrência da multiplicação de
partidos políticos. A regra naquele momento era que, para aprovar uma
lei, precisava da ambiguidade. Quanto mais ambíguo o texto legal, mais
fácil era aprovar. Quanto mais claro, preciso, mais difícil era fazer
maioria. Com isso, também se aumentou o poder do Judiciário de forma
geral. Eu participei disso e fiz inclusive regras ambíguas. A gente
fazia uma regra perfeita e depois começava a introduzir adjetivos e
advérbios de modo, para conseguir formar maioria. Se não, não aprovava
nada.
Estado – Qual a sua posição em relação a uma ampla reforma na Constituição?
Jobim - No governo Fernando Henrique, eu
sustentei que tínhamos de fazer uma lipoaspiração da Constituição. Eu
sou pela lipoaspiração. Se você falar em reforma constitucional, vai
acabar aumentando a Constituição, em vez de diminui-la. Sou favorável a
que a reforma constitucional seja para reduzir e jogar o que for
possível para a lei ordinária. Veja a questão tributária, por exemplo.
Está tudo lá dentro. Eu reduziria o desenho do capítulo tributário,
reduziria o desenho dos direitos econômicos. Nos direitos e garantias
individuais, há vários assuntos que não tem nada a ver com isso, como o
direito de associação. Por que está tudo ali? Tínhamos várias comissões e
subcomissões. Quando as seis comissões consolidaram os textos das
subcomissões e enviaram para o Bernardo Cabral, que era o relator, ele
junto tudo. Deu um mundaréu de artigos. Como a crítica foi muito forte, o
que fez o Bernardo? Transformou vários artigos em parágrafos ou
incisos. E aí o artigo 5º da Constituição tem um mundaréu de incisos.
Hoje temos 78 incisos.
Estado – O senhor acha que tem clima hoje para fazer essa “lipoaspiração” na Constituição?
Jobim – Uma coisa é a necessidade acadêmica
ou lógica ou científica em relação à Constituição. Mas é evidente que é
muito difícil conseguir uma maioria para fazer isso, porque as
desconfianças são muito grandes. Se você for mexer no sistema
tributário, os estados enlouquecem. A tendência é achar que a União vai
querer concentrar tudo. Uma das fórmulas para fazer isso, que sugeri na
época, era suprimir esses artigos e tranferi-los para as disposições
transitórias, dizendo que eles serão substituídos em definitivo quando
se votar a legislação, que eles ficarão em vigor até que se votem novas
leis. Você assegura o status quo, mas possibilita que depois as mudanças
aconteçam. Dependendo se for lei complementar ou não, precisaria de
maioria absoluta ou simples.
Estado – No capítulo dos direitos sociais,
há uma pecepção hoje de que a Constituição foi muito ampla, sem os
recursos necessários para viabilizá-los, e que isso estaria na raiz da
atual crise fiscal do País. Como o senhor vê essa questão?
Jobim - Quando nós discutimos isso em 1988, a
maioria expressiva da Constituinte não tinha experiência do Executivo –
e havia uma imensa expectativa nesse capítulo. Então, se criaram
enormes distorções sem fazer conta. Eu me lembro claramente que o
Alberto Goldman, que era secretário da Administração de São Paulo no
governo Quércia, foi para Brasília para mostrar que aquilo que estava se
fazendo com os servidores era um absurdo e iria criar um enorme
problema sobre a Previdência do setor público. Então, no que diz
respeito à criação de direitos, houve certo exagero. Aprovaram-se muitos
direitos econômicos e sociais sem os recursos correspondentes. No
governo Sarney ,quando assumiu o ministério da Fazenda o Mailson da
Nóbrega, veio um discurso fortíssimo do governo contra as regras da
Previdência, aquele negócio da paridade, mas a Constituinte não atendeu o
reclamo. Isso acabou repercutindo no Poder Judiciário. O Poder
Judiários não faz diferença entre os direitos econômicos e sociais, que
dependem de dinheiro público, e os direitos civis e políticos, como o
habeas corpus e o direito de ir e vir, que não dependem de dinheiro.
Veja o conflito na área saúde, com os remédios. Há uma falta de gestão
absoluta. Imagina se um juiz que recebe um pedido de um cidadão, com
atestado médico, dizendo que ele vai morrer se não tomar aquele remédio.
Você acha que o juiz vai indeferir? Não vai. Precisa racionalizar isso.
A sociedade não suporta esse tipo de coisa.
Estado – O pessoal fala muito que a Constituição só tem direitos e não obrigações.
Jobim - É evidente que em direitos sociais e
econômicos não há obrigações, só direitos. Quem tem obrigação é o
Estado. Temos que compatibilizar o exercício desses direitos com a
possibilidade de o Estado atendê-los.
Estado – Na Constituição, predominou o espírito da
descentralização dos recursos públicos. Mas, hoje, a política do “pires
na mão” em Brasília, que exisitia na época dos militares, voltou com
toda a força. O pacto federativo virou novamente uma bandeira, como na
época da Constituinte. Qual é a sua visão sobre a questão do pacto
federativo?
Jobim – Primeiro, temos de saber do que se
trata. Eu ainda não vi ninguém dizendo qual é o pacto federativo se
quer. O pacto federativo que, ao fim, está posto é aumento de receita
para os estados e municípios. Quando houve transferência de atribuições
para os municípios, houve a transferência de recursos. Só que os
recursos congelaram e as despesas foram aumentando. E, quando se
aumentou a carga tributária, aumentou-se naquilo que os estados não
recebiam. Então, a fatia da União no bolo aumentou. Houve um
desequilíbrio. Agora, quando fala de pacto federativo, não é discutir o
modelo A, B ou C. Tem de fazer um pacto que funcione. O modelo atual
deixou de funcionar num determinado momento, porque mudaram as
circunstâncias. Então, tem de ter a lucidez de saber que aquilo não é
uma coisa definitiva. Mas nós temos mania de achar que tem o bem e mal.
Estado – O que deve ser feito para recuperar o espírito da Constituinte na questão da descentralização?
Jobim - Tem que aumentar a receita dos
estados. A competência dos estados hoje está espremida entre as dos
municípios e a da União. Os estados não têm muita coisa para fazer. O
que faz uma Assembléia Legislativa? O que vota? Nada. Aí começa a haver
uma distorção, A Assembléia Legislativa começa a votar obrigações para o
estado cumprir e elas decorrem da necessidade que o sujeito tem de se
reeleger. O discurso de um candidato a deputado estadual é como se fosse
de um candidato a governador. Os governadores querem que a União
determine tudo para se ver livre da pressão das assembléias. Ou não é
assim? No governo do PT, houve problemas graves. Os benefícios fiscais
concedidos pelos governos do Lula e da Dilma foram em cima dos impostos
partilháveis, principalmente o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados). Quando você dá um benefício fiscal para a indústria
automobilística, isso atende quem? São Paulo, Minas. Mas reduz a receita
do fundo de participação e atinge o Acre, que não tem nada a ver com o
assunto. A União fazia benefício fiscal em parte com dinheiro alheio
Também começaram a criar pisos nacionais, no modelo do salário mínimo.
Criaram o piso nacional para professor público. O professor público de
São Paulo tem o mesmo piso profissional que o professor que mora em
Santa Rosa do Purus, no Acre. Não tem sentido. Começaram a criar
obrigações nacionais sem dar recursos para isso e ao mesmo tempo tiraram
recursos dos estados, porque todos os benefícios fiscais foram em cima
de impostos partilhados. O que motivou os incentivos fiscais? A
tentativa de assegurar o emprego na indústria automobilística, atender a
uma reivindicação dos sindicatos. O governo se submetia as pressões dos
sindicatos. Agora, a CUT hoje é formada principalmente por sindicatos
de servidores públicos. O país foi partilhado entre as corporações.
Precisa ter força política grande para começar a se livrar das
corporações. O aparelhamento do Estado por parte do PT é algo que tem de
ser melhor avaliado. Todo o pessoal do partido que entrou para o Estado
contribuia para o partido, com aquele dízimo. Sair do governo não é só
um problema individual. É um problema de receita para o partido.
Estado – Uma última questão: em relação à reforma política, qual é a sua posição?
Jobim – A primeira pergunta que deve ser
feita é a seguinte: a reforma política é necessária ou não?
Todo mundo
diz que sim. Então, se ela é necessária, nós não podemos fazer a
pergunta se é viável ou não. Se perguntar se é viável, a tendência é não
fazer. Se ela é necessária, vamos fazer. No plano político, toma-se a
decisão de fazer. No plano estratégico, define-se o que vai fazer.
Depois, no plano operacional, define-se como vai fazer. E, no plano
tático, faz-se os recuos que forem necessários para chegar lá. Acho
difícil fazer uma reforma completa. Nós podemos começar pelo problema da
coligação das proporcionais. Tem que retentar a cláusula de barreira,
cuja derrubada pelo Supremo, no meu ponto de vista, foi um erro absurdo,
sob o argumento de que os partidos pequenos seriam afetados. Era uma
visão completamente romântica de uma realidade que não dizia respeito a
isso. Na eleição de vereadores, ele criaram um troço inteligente, ao
estabelecer que só será eleito vereador, mesmo pelo quociente
partidário, quem fizer um mínimo de 10% do quociente eleitoral. Se o
quociente eleitoral for de 100 mil, o vereador precisará de pelo menos
10 mil votos. Só então, ele poderá entrar na lista do partido. Se não,
vai ser suplente. É uma forma de barreira. Se não, o sujeito acaba se
elegendo com 230 votos, vinte votos, sei lá quantos. Precisa ter um
mínimo. Ese modelo também pode ser estendido para deputados federais e
estaduais, o que será uma maravilha, já criará uma restrição. Agora, eu
voltaria a analisar a clásula de barreira na Câmara. Tenho a impressão
que o Supremo já percebeu a bobagem que fez naquela época, quando votou
contra. Outra mudança importante, que é mais difícil, mas pode ser feita
dentro do contexto de benefício para o País, seria a proibição das
coligações proporcionais, que é uma forma hoje de os partidos pequenos
sobreviverem. Fazem a coligação, se elegem e depois abrem mão de tudo.
Estado – Na questão do financiamento de campanha, o senhor é favorável à volta das doações de empresas?
Jobim – Quem proibiu a contribuição de
empresas para a campanha eleitoral foram os militares lá atrás. Em 1986,
não tinha contribuição de empresa. Aí, como estava um bagunça, o
Congresso resolveu autorizar e estabelecer limites, formas de
fiscalização, que foram fracos, mas foram estabelecidos. O modelo de
restrição às doações empresariais, anunciado como uma grande novidade,
não é nada disso. Esse modelo, apoiado pelo PT como uma grande conquista
democrática, é do tempo dos militares. Por que os militares fizeram
isso naquela época? Porque o apoio do empresariado ao regime estava se
esgotando e os militares não queriam que eles dessem dinheiro para a
oposição. Quem se beneficia com isso? Quem tem cash. E quem tem cash
hoje no Brasil? As igrejas. Quem mais tem cash? As empresas de ômibus,
de transporte coletivo. Isso vai empurrar esse pessoal para a
ilegalidade. Para fiscalizar isso, tem de rastrear a ciculação do
dinheiro. Toda vez que se fala em financiamento de campanha, a maior
parte da conversa é do lado da receita, quando o problema é do lado da
despesa. Você teve limite de gastos, mas não teve nenhuma alteração
sobre o universo das despesas. Se for necessário, o sujeito acaba
achando um jeito de burlar a legislação. Vamos admitir a seguinte
hipótese: quinze ou vinte dias antes da eleição, um candidato a deputado
recebe a informação do seu gerente do processo eleitoral de que
terminou dinheiro. Não tem dinheiro para gasolina do carro, para
santinho, nada. Você acha que ele vai parar campanha? Ele vai dizer para
tocar para frente que depois ele dá um jeito. Não adianta proibir
alguma coisa em lei. Se essa coisa se tornar necessária, o sujeito vai
acabar fazendo.
Estado – Como evitar que esse tipo de coisa aconteça?
Jobim - Eu sou favorável a a introduzir o
sistema distrital, para reduzir o universo da campanha. No nosso modelo,
você disputa com o candidato do próprio partido, porque é ele que pode
tirá-lo da lista de eleitos, considerando o quociente eleitoral e o
partidário. Se o partido elege dez candidatos pelo quociente partidário,
quem são os dez? Os dez mais votados. Logo, eu tenho que brigar para
estar entre os dez. Quem pode me tirar dos dez? O candidato do meu
partido, não o candidato do outro partido. Você pode fazer a a campanha
distrital e criar um mecanismo para que o distrital não seja
necessariamente majoritário, estabelecer limites. Os partidos teriam
candidatos em todos os distritos de um estado. Metade das vagas seriam
preenchidas pelos distritos. A outra metade, pelo sistema majoritário.
Você criaria um número de distritos igual à metade das vagas. Por
exemplo: São Paulo tem 70 vagas na Câmara Federal. Então, 35 viriam dos
distritos e 35 das listas dos partidos. Os candidatos dos partidos que
não se elegerem pelos distritos poderão ser eleitos pela lista
eleitoral. É um ajuste do modelo alemão. Há saídas para o problema. A
questão é que o sistema eleitoral não é assunto para a academia. Os
acadêmicos fazem discursos etc e tal, mas todos os sistemas votados pelo
País não foram feitos por acadêmicos, mas por políticos.
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